Chegamos ao fim da linha. Literalmente.
O nosso caminho foi cortado, nos fazendo dar de cara com um paredão de grades finissimas de ferro. O que acontecia dentro era impossível de ver, portanto, com certeza há água, era notavél através das diferentes melodias de pingos seguidos de baques surdos graças a precisão da água desabando no chão. Me perguntei se teriam chances de ser algum tipo de cachoeira artificial. Entretanto e acima de tudo, um muro nos impedia.- Andamos para nada. - Disse, o desânimo gritante presente na minha voz. Um curto riso de Bradley me faz desviar o rosto, antes parado ao nada, cerrei os meus olhos para ele, desconfiada do semblante confiante em seu rosto, a séculos de aparentar estar abalado.
- Calma, Billington. - Falou sereno, a confusão abraçou minha mente quando ele curvou-se e cruzou seus dedos na altura dos seus joelhos. - Vamos, eu te dou impulso.
- Ahn... - Sibilei de queixo caído. Desacreditada que Bradley estava me pedindo aquilo. - Invasão domiciliar? Está usando maconha? - Arqueei a sobrancelha esquerda.
- Emma... - Falou meu nome em um tom de aviso, soou sedutor para mim - confia, por favor!?
Como um som animal, urrei ao me dar por vencida e meus ombros decairam.
A coragem não tinha lugar de vinda quando pisei em sua mão. Para tentar me dar uma sensação de segurança, me segurei em seus ombros largos, Bradley sorriu malicioso para mim e estalei a língua como resposta.
Bradley não me deixou cair.
Agarrei o topo da grade com as mãos e forcei meu corpo para cima. Soltei um grito, quase gutural, espantada ao ver tudo. Consegui me movimentar e apoiar minha barriga. Quase vomitei, não vou mentir.
Tento mirar meus olhos por cima do meu ombro para ver Bradley, não consigo, apenas o ouço gargalhar levemente.
- Puta merda, você está falando sério!? - Gritei empolgada demais com tudo. Muito empolgada. Maldição. De repente, percebi o qual instável está a grade. Com o meu peso e a movimentação bruta foi o bastante para fazê-la chacoalhar e me jogar para frente. Apenas consegui ouvir o meu próprio grito antes de cair e atingir a água com tudo.
Era apenas água. Nunca amei água tanto quanto naquele momento.
Bradley Collins é louco. Pensei rapidamente. Além de que eu seria presa, por estar invadindo um parque aquático. Brinquedos e tudo mais, foi a minha visão de cima, tudo isso vazio, apenas para gente.
Ofeguei alto quando finalmente nadei para superfície. A sensação era ótima, estar dentro d' água.- Emma, você está bem? - O rosto preocupado de Bradley apareceu por cima do muro e eu, por um momento fiquei atônita antes de tossir em mistura com um riso cínico. Ele suspirou aliviado com o meu bem-estar.
Bradley pulou o muro, ao contrário de mim conseguiu cair de pé perto da piscina. Completamente enxuto, mas eu não tinha um pingo de inveja e não fiz menção a sair daqui. O calor estava absurdo demais, quase derreteu os meus ossos. Permaneci sorrindo enquanto o loiro se agachava na borda da piscina, perto de onde eu boiava.
- Você me deu um susto. - Ofegou o loiro ao falar falsamente emburrado.
- Você se preocupa muito comigo... - Retruquei com um ar leve de questionamento.
- Você sabe que sim. - Afirmou com seriedade, minha pergunta o deixou perturbado. Estranhamente me sinto feliz com isso.
Um pouco impulsiva, coloquei meus cotovelos na borda da piscina e apoiei meu rosto em minhas mãos, bem perto do seu.
- Já que você me fez invadir um clube... pode me dizer, como conhece esse lugar? - Brinquei um tanto curiosa, tentando manter a postura mas debaixo, estava batendo os pés como um pato manco.
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Segredos de um verão
RomanceEmma Billington é uma universitária de vinte e quatro anos bastante dedicada a faculdade e seu relacionamento com a vida totalmente programada por sí própria. Mas como a vida adora pregar peças, ela não esperava que o curso dos seus planos de vida m...