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Na manhã seguinte, ainda despertando, sinto o vazio do outro lado da cama.
Com o espírito acanhado, me sento na cama, Adam pelo quarto. A preocupação se instalando a cada segundo no meu peito.

Engatinho pela cama, como um bebê assustado, indo buscar o meu celular cabeceira. Abro o aplicativo de mensagens e logo me deparo com um pequeno texto do meu noivo:

"O serviço de quarto não estava respondendo. Então, tive que ir eu mesma buscar o nosso café da manhã."

Como um charme, Adam colocou um coração no final da mensagem, enviada ás 9h45. Não há muito tempo, provavelmente ele estava voltando. Respiro profundamente. "Ele está bem", afirmo para eu mesma.

Sequer fez questão de me acordar, para me agradar. É esse o tipo de coisa que faz eu me sentir um monstro. Ele sempre foi o meu melhor amigo... Confiavamos um no outro, nos respeitavamos mas em algum momento, isso se partiu.

Suspiro alto, jogando meu celular na cama.
Nesse momento, a porta se abre e meu peito dá um salto.

- Bom dia, Emi! - Exclamou Adam sem folêgo, equilibrando uma bandeja em cada mão. Meu semblante fica marcado com o espanto.

- Adam, - Digo seu nome impressionada, uma tosse fraca circulando o meu riso -
o que é isso?

- Nosso café da manhã. - Despejou as bandejas em cima da cama e despanto um dos pratos imediatamente e fico assustada com a quantidade de comida.

- Não vou conseguir comer tudo isso. Parece um café da manhã coreano!

- Ora mas eu te ajudo, parece até que não me conhece. Eu posso comer tudo isso em um minuto, Emi. - Confessou em um tom alto e para me impressionar, empurrou três pedaços de bacon na boca. Gargalho alto quando ele parece se entalar, mas sei que não é sério. Ofereço um copo de suco e Adam mastiga, engolindo tudo com dificuldade.

- Emi... - Relembro o apélido que meu noivo disse há alguns segundos, ele me encara com confusão - Faz um tempo que você não me chama assim.

O sorriso gigante que habita seu rosto, aos poucos desaparece, como se uma mémoria triste desfilasse por mente. Adam tosse desconcertante, ele se aproxima e embala meus rosto em suas mãos, como a embalagem de um doce.

- Faz tempo que eu não faço muita coisa com você... - Sussurou as palavras provacando-me, acariciando meu rosto com almofada do seu polegar. Mordo meus lábios e dou ombros, fingindo que nunca percebe nossas mudanças, sendo que ultimamente, é a única coisa que penso.... Há não ser Bradley Collins. Maldito. Seu nome não deveria aparecer agora.

Não há aviso, então o meu coração se espanta com o movimento rápido dos lábios de Adam contra os meus. Um calor emanar o meu rosto, assim como o meu corpo. Seus braços me emanam, gentis como uma nuvem quente.

O meu cérebro pedia para que eu sentisse, a paixão das mais animadoras e a mais quentes sensações, porém a chama daquela tocha, não queimaria hoje e algo desesperado dentro de mim torcia para ela aparecesse.

Os lábios de Adam se afastam, mas nossos rostos continuam próximos. Permaneço paralisada, temendo que ele tivesse percebido minha hesitação, o seu sorriso nasce, dizendo o contrário.

- Estava com saudades... do seu beijo, do seu corpo e de você... - Fitou meus olhos. Abro a boca para responder, porém não tenho tempo. A música desregulada do meu celular grita e as expectativas do olhar de Adam de resumem a pó em instantes.

- Desculpa... - Peço em melancolía, tentando transmitir a sinceridade com meus olhos. Estico o meu braço para alcançar telefone. "Pai", o nome brilhava em negrito. Atendo o mais rápido possivél.
De soslaio, consigo ver a raiva percorrer a expressão do meu noivo.

Segredos de um verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora