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Minhas mãos sobrevoam o notebook, pensativa, prestes a adentrar em um novo mundo mental novamente, onde sou trancafiada no momento em que aceitei chantagear Clare. Tenho a sensação de estar desconfortável comigo mesma quando penso nisso. Ontem a noite, Collins ficou curioso em saber como tudo foi resolvido. Não tive coragem de contar a verdade.

Sinceramente odiava estar brigada com as pessoas, e talvez por isso, voltei com Adam tantas vezes. Essa frase está me parecendo repetitiva. Há todo momento estou caçando um motivo por eu ter voltado com ele, a verdade é porquê eu o amo, digo para mim mesma.

Balanço o rosto para tentar despersar esses pensamentos, sem drama, em seguida volto a digitar.

Estou com uma bendita papelada, em PDF, para finalizar. Isso deveria ser o trabalho do meu pai, não graças a dificuldade e sim a intimidade em sí da atividade, de longe deveria ser o trabalho de uma gestora.
Isso fez-me sentir em um teste, e, talvez realmente fosse. Todavia, me sinto confiante e lisonjeada por ter a confiança dele para algo assim.

Movo os olhos, em direção ao som de um suspiro, alto e forçado, que me desconcentra por uma quinta vez. Adam está sentado na ponta da cama, um semblante entediado no rosto, curvado, apoiando as mãos em seus joelhos. Por um momento pude esquecer sua companhia.

Bufei alto em um contra-ataque, cruzando meus braços enquanto jogo minhas costas em direção ao estofamento da cadeira.

- Adam! - Minha entonação é puro repreendimento quando lanço um olhar impaciente para ele - Olha, eu sei que todo mundo vai sair e, se quiser... pode ir com eles. É alguma coisa de iate, não é?

- Um passeio foda pela ilha também. - Disse como uma criança impressionada, os olhos arregalados e brilhando me fizeram rir.

- Eu não vou te impedir de ir. - Balancei o rosto em negação enquanto digo - O verão já está quase fim, é pouco menos de um mês.

Passamos um segundo em silêncio,
Adam parece relutante em ir ou me deixar, eu nunca o impediria, me sinto mal por não poder dá-lo atenção aqui.

- Está bem, eu vou! - O moreno ficou de pé - Mas não estou te trocando. - Acrescentou, andou até mim e em seguida depositou um beijo em meus cabelos.

- Tudo bem, eu já fui trocada por uma entrevista de emprego. - Digo em pura zombaria, seu rosto tornou-se sério - É brincadeira! - Agarro seu braço, trazendo o seu rosto para lhe dar um beijo na bochecha. Ele saiu balançando o rosto, em negação, desacreditado.

Abro o meu computador novamente. Minha mente necessitava de um plano. Com uma nova filial marcada para abrir em poucos meses, nossa empresa precisava excluir uma parceria, para liberar orçamento, e pior, a escolha deveria ser minha.

Eu não sou nada boa com escolhas.

Em mãos, teriamos duas escolhas: A empresa Lot's, nos importam doces há 3 anos, infelizmente a qualidade está decaidando catrastofricamente, ainda por cima, aumentaram o preço. É como pagar por lixo e dizer "Obrigada".
Também temos a empresa Lulis, com a mercadoria de slimes e outros brinquedos. Os Slimes tiveram uma fama astronômica no último ano, contudo, é como se fosse uma simples modinha, porque percebemos o quanto as vendas estão decaindo. Sempre sobrando nos estoques. Prometeram nos mostrar um novo produto, que fará os Teens surtarem, assim como a Lot's prometeu melhorar, pela terceira vez. Porém, quem eu devia dar uma nova chance?

Um contrato deve ser encerrado. A frase soa como um zumbido estridente para mim.

- Ei sua ruiva falsa, abra essa porta! - Ouço a alguém queixar-se, imediatamente afogando o zumbido da minha cabeça. O meu corpo retesou-se no meu assento quando me espanto com a voz, no entanto, forçadamente grossa.

Segredos de um verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora