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O sol está quase cozinhando o meu cerebro.
Ou talvez apenas a ideia de eu pensar em contar a Adam sobre minha viagem - Com Bradley -faça isso.

Mexo meus dedos dos pés, fazendo com que eles afundem na areia.

Quem sabe, eu poderia pedir para Bradley desistir. Não. Seria bem mais difícil de convencê-lo. Além de que, não leva-lo é como lhe dar uma rasteira.
Ele descobriu sobre o evento, merece estar presente.

Um cigarro com certeza me ajudaria a espairecer. Faço um movimento soltando ar pela boca, como fosse a fumaça do cigarro.

- Merda. Você está fazendo essa maldita mania com a boca desde que chegamos aqui. - George faz bico e mexe seu lábios de um lado para outro.

Reviro os olhos. Sequer reparei que eu estava fazendo isso. É uma velha mania, está comigo desde o Ensino medio.
Sempre aparece quando estou nervosa.

- O que ta rolando, cara de rato? - Perguntou, zombando de mim.
Torço meu nariz pelo apelido.

De pé a minha esquerda, Clare gargalha enquanto coloca uma toalha sobre a areia.

Meu irmão se aproxima e coloca um chapeu na minha cabeça. Aposto que os restos dos meus neurônios agradeceram por isso.

Afundo mais o chapéu na minha cabeça, respirando fundo.

- Ainda estou pensando. - Informo.

- Eu já dei minha opinião. - Clare se senta.

- Então o que eu faço? - Minha pergunta sai coberta de pânico - O George vai ficar muito puto. E eu não o julgo. Eu também ficaria se ele fosse viajar com alguma mulher.

- Que se dane, você não vai viajar. É trabalho! - Sua voz sai mais forte. Então caio em mim.

Balanço a cabeça.

- Você tem razão.

Mas isso não quer dizer que eu tenha que fazer isso agora. Posso fazer isso mais tarde.

- Agora podemos aproveitar a praia, por favor? - Ele gesticula de modo duro, mas seu tom é divertido - É o seu lugar favorito.

Sorrio em forma de uma confirmação. De modo ligeiro, George fica de pé e agarra meus pulsos, sem me dar a chance de recuar. Clare o imita.

- E as nossas coisas? - Indago aos risos.

Tento resistir afundando meus pés na areia, para atrapalhar o trabalho dos dois me puxarem até o mar.

- Por um dia, pode aceitar que somos ricos e podemos comprar umas bolsas e sapatos de volta? - Disse George. Uma gargalhada me deixa.

- Eu sou pobre, seu desumilde! - Clare o acusa entre risos.

- Que pena, pleibeia! - Ele engrossa a voz, tentando imitar o tom arrogante das familias reais, nos filmes.

No momento em que a água fria chega a altura dos nossos tornozelos, Clare o empurra. Nos arrastamos para maré mais alta e começamos uma grande brincadeira de tentar afundarmos uns aos outros.
Ou como diria meu pai, brincadeira de mal gosto.

Mas ele não está presente para nos julgar.

Assim que saimos do mar, corremos para o lugar onde deixamos nossa coisas.

Tudo está em seu devido lugar, sem nada remexido contanto, há algo a mais.
Ou melhor, alguém.

Meus se olhos arregalam, surpresos ao ver Sam Vans, com um buquê de flores, - todas coloridas com tom vividos, diferentes umas das outras - um bermuda e uma camiseta praiana.

Segredos de um verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora