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Passo a palma das minhas mãos no tecido grosso da minha saia xadrez, acima dos joelhos, tentando tirar alguns pequenos amassados.

- Como estou? - Pergunto em frente a Clare.

Ela cerra os olhos, observando minha roupa.

- Como uma colegial. - Diz com um sorriso nos lábios.

Grunho impaciente enquanto me movo para o guarda-roupa, escutando
a risada escandalosa de Clare atrás do meu ombro.

Ela observa algumas das roupas dentro do meu guarda-roupa.

- Por que não usa uma calça jeans? - Ela indaga, com dúvida.

- Está fazendo quase trinta graus, vou derreter. - Fecho as portas do armário e me afasto. - Que se dane.

- Ok. - Ela dá ombros e praticamente se joga na poltrona no canto do quarto.

Agarro minha bolsa e jogo meu celular, o portifolio que preparei ontem a noite e o cartão do meu quarto dentro dela.

- Estou indo! - Aviso, indo em direção a fora - Bata a porta quando sair.

- Está bem! - Ela confirma em um grito quando estou quase do lado de fora.

- Emma?

Ergo meus olhos rapidamente enquanto fecho a porta atrás de mim.

- Que susto George. - Arfo, espantada.

Ele ergue as sobrancelhas, como se sentisse ofendido por ter me assustado com ele.

- Hum. - Ele me encara de cima a baixo - Onde vai? Está tão arrumada.

- Reunião - faço aspas - de negócios com Bradley.

- É sobre a festa da empresa? - Confirmo com a cabeça - Se você e Adam não fossem como a Britney Spears e o cabelo raspado em 2017, eu jurava que você estava tentando fisga-lo.

- Não fala merda George. - Digo de imediato e ele ri - Mas... que tipo de exemplo é esse?

- É o único que veio na minha mente.

- Que tal usar unha e carne na próxima? - Pergunto e é quase como se fosse obvio, qualquer um diria isso.

Ele grunhe, e da ombros.

- Clare está aí no quarto, já estou indo. - Lhe dou as costas imediatamente.

- Por favor não deixe essa festa se tornar entediante. - Ele grita quando estou a alguns passos e rio.

Entro dentro do elevador e respiro profudamente.
Sinto um frio na barriga.

As portas do elevador se abrem e em un instante vejo Bradley se movimentar para dentro. Ele sorri e retribuo.

- Como você está? - Ele indaga.

- Bem e você? - Respondo.

- Também.

Inspiro. O clima parece que está bem seco hoje em Miami.

O elevador continua descendo e o clima parece tão calmo quanto quieto, até mesmo constrangedor, ou desconfortável.

Sou eu que estou estranha ou ele?

- Onde prefere ir? - Ele pergunta quando chegamos ao saguão.

- Podemos conversar no bar mesmo.
- Aponto em direção ao lugar.

Ele torce a boca e move o rosto em negação.

- Ue, então onde você que ir? - Pergunto, confusa.

- Sorveteria? - Ele diz com um tom de duvida, sorridente como garoto.

Segredos de um verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora