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Tontissima.

Assim eu me sinto depois de várias
doses de tequila e um uma enorme torre de Chopp, que dividimos entre nós três.

- Porra, você ta muito bêbada. - Diz George, com a fala arrastada e sorrindo de um jeito tão torto que me faz gargalhar.

- Você tá parecendo um Demogorgon! - Digo aos risos.

- Tá bom, Mike Wazowski... - Ele derrapa nas sílabas finais quando tenta dizer o nome do Monstro e isso apenas me faz gargalhar mais.

Meu corpo está tão mole que tenho que me segurar no balcão do bar.

- Vocês são a dupla de Monstros S.A, estão felizes demônios? - Clare pergunta de braços cruzados.
Ela faz um olhar indgnado quando nós dois gargalhamos. - Vamos pra casa... - Ela puxa meu braço, tentando me levantar.

Mas meu corpo é como Slime. Molenga do início ao afim.

- Por que você é sempre assim? - Pergunto e ela grune, impaciente - Você é sempre chata... sempre chata. Só pensa em trabalho. Todo mundo fala isso.

Ela me solta drasticamente, então me encara emburrada por uns segundos,
até que seu rosto me lembra da Roz, de Monstros S e caio na gargalhada.

- Tá bom. Já vi que eu não vou conseguir levar vocês dois juntos pro carro. - Clare diz de modo ligeiro,
ela passa o braço por baixo das axilas de George para apoiar e levanta-lo.

Ele fica avoado olhando os jogos de luzes do ambiente, as mesmas luzes que me deixam vesga.

- Eu vou deixar George no carro e volto para te buscar, está bem? - Eu faço um movimento exagerado de negação.

Novamente ela para e me encara.
Eu faço bico, como um bebê.

- Já volto! - Ela diz antes de se
virar com dificuldade, tentando arrastar George, que grita:

- Ano passado vi sem querer você e o Adam transando. Você me traumatizou, desgraçada! - Ele me aponta e gargalho.

Tento me levantar para segui-los mas quando fico de pé, sinto como se o mundo ao redor girasse ainda mais.
Minhas pernas parecem irresistentes, como canudos de plásticos.

Caio de quatro no chão, batendo meus joelhos. Sinto dor, mas apenas consigo achar graça da situação.

Me ergo de volta até o bar e me sento na banqueta giratoria, que roda descontroladamente quando me sento. Quando para, apoio a cabeça no meu próprio ombro e observo todos todos dançando por um longo tempo.

Após mais alguns minutos, bocejo.
Sinto meus olhos ficarem lentos graças ao sono e apoio minha cabeça no balcão do bar.

Mesmo com as batidas estridentes nos meus tímpanos, o sono é forte e apenas quero fechar meus olhos. Então, me sinto apagar aos poucos.

*********

Sinto duas cutucadas na minha cabeça, o desconforto me faz apertar os olhos enquanto me encolho.

As duas cutucadas ressurgem e levanto meu rosto, que estava grudado no balcão de cerâmica.

Cerro meus olhos, tentando focar no rosto do Barman com toda essa luz.

- São três da manhã. Seus amigos foram embora a muito tempo. Não quer que eu te chame um taxi? - Pergunta o homem de cabelos encaracolados, enxugando um copo de vidro e pegando outro em sequência.

Movo minha cabeça em negação esquanto me levanto, totalmente perturbada.

Minha cabeça está pipocando de dor, está latejando. Minha visão gira, como se eu estivesse dentro de um carrossel.

Segredos de um verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora