Segredos de um verão

17

No dia seguinte, acordei mais cedo do que de costume.

Separei o nome de alguns convidados e pedi que a secretaria do meu pai checasse se todos estariam livres no dia da festa.
Pedi também que fizesse um comunicado para imprensa.

Mais tarde, fiz uma ligação rápida ao Buffet apenas para confirmar a presença.
Para minha felicidade, estão sem contratempos. Entretanto, eu estava obcecada em achar qualquer um.

Qualquer contratempo que me mantesse ocupada, sem pensar em Adam.

Às nove horas, saio para tomar meu café da manhã no restaurante. Por telefone, tive uma longa conversa com um encarregado do hotel. Oficializariamos a festa na cobertura em alguns dias, quando o contrato ficasse pronto.

Caminhei bastante pela vizinhança ao redor do hotel, mas quando volto, tive a sensação que foram segundos.

Paro no bar para saborear um
copo de gim com gelo.

Em um momento de choque, quero me bater quando percebo que apenas estou adiando minha conversa com Adam.

- Mas isso pode esperar, não pode? -
Resmungo para eu mesma, com as mãos sobre o balcão.

- O que disse? - Questionou o Barman.

- Nada. - Digo, constraginda -
Eu tava falando sozinha. - O homem franze as sobrancelhas então dá meia volta paras bebidas, movendo a cabeça em negação.

Me levanto da banqueta do bar com um sorriso nervoso. Ando até a mesa de sinuca.
Um jogo vai distrair.

Peço que o funcionaria perto da mesa arrume as bolas para mim. Passo um pouco de giz no taco antes de começar.

Conforme cada uma de minhas tacadas, as bolas eram engolidas pelo buraco, porém meus nervos se mostravam mais.
A minha procrastinação chegou ao ápice de eu estar jogando sinuca.

Merda. Eu não dei noticias o dia todo para minha familia. Conforme meu pensamento ocorre, acabo errando a minha ultima tacada.

Ignorei as mensagens de todos nessa manhã. Respiro fundo, parada com as mãos na cintura.

- Se me permite, - Diz o funcionario de olhos verdes chamativos e cabelos pretos -
você é muito boa nisso.

Sorrio com elogio repentino. Ele não estava falando por bajulação. Se errei algo, com certeza foram quatro vezes.

- Obrigado. - Agradeço decidida a finalizar o jogo.

Deixei uma gorjeta para o homem gentil antes de me afastar.

Agora tenho que falar com minha familia.
Pego o celular no meu bolso traseiro. Como são quase três da tarde? Mal cheguei a almoçar.

Subo para o meu quarto enquanto mexo no meu telefone. Há muitas mensagens de Adam, mas com certeza não chega a cobrir o tsunami de mensagens do George.

Aperto meus olhos, me culpando por deixar meu irmão preocupado. Digito um breve pedido de desculpas e conto o que estava fazendo. Recebi varios emojis irritados; Mas depois ele disse que passaria no meu quarto mais tarde.

Minhas mãos tremem, hesitando clicar nas mensagens de Adam. Não vou falar, não por mensagem. Deslizo o celular de volta para o meu bolso.

Caminho o resto do corredor até meu quarto. Me arrepio quando entro nele.

Fico alerta quando escuto a chamada do meu Skype vindo de cima da minha cama, no meu notebook.

Meu noivo acabou de ganhar mais um ano de vida. Seus pensamentos tomavam minha mente há poucos segundos e agora uma vídeo-chamada sua brilha na minúscula tela. Molho meus lábios secos. Viro a tela em minha direção e continuo de pé em frente a cama.