Capitulo 47

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No instante em que a primeira lágrima desce, é o mais fácil. A sensação da pressão no peito reparte-se e toda amargura, abandona-se junto com as suas lágrimas. O puro alívio acontece, até o momento em que as lembranças sombrias do seu passado chegam. Você não consegue parar de chorar, a sua respiração fica acelerada e pensa que gritar pode te ajudar, mas não vai.

E nesse momento, você percebe que abrir uma porta da tristeza é, dar liberdade para outras. Um momento triste, carrega consigo memórias passadas mais lamentadoras ainda. O furacão sempre arrebata tudo.

O som pesado dos sapatos brilhantes de Adam, era a única coisa que não me impediam de mergulhar na minha mente.
Eu não conseguia andar mais. Parei em um corredor vazio.

Apoiei minhas mãos na parede, nada preocupada se minhas unhas danificariam o papel de parede do hotel. Estava ofegante.

Adam não se aproximou, como se eu fosse uma uma mina terrestre, se alguém se aproximasse, iria explodir.

- Você não disse nada. - Disse entre os dentes. O silêncio dele doeu, como a distância, porquê eu apenas um abraço.

O que aconteceu naquela sala, não foi justo.
O meu pai não se deu ao trabalho de me pedir desculpas. "Miguelar amor", foi o que ele disse. Suspirei. Eu precisava tanto assim do amor dele? Aceitar isso, na mesa, fez eu me sentir patética. "Inútil". Qual palavra doeu mais?

- Emma... - Ouço a voz de Adam me chamar, eu estava com a cabeça longe - não considere nada do que seu pai disse, ele estava chateado!

- É facil falar! - Retruquei com um olhar cerrado parado ao nada. - Se ao menos, você, não concordasse com ele...

- É complicado, Emma. Você devia tê-lo contado tudo antes. - Ouvi-lo estava me irritando. Pareceu um "Bem que eu te avisei."

Um sonido de mensagem chegou de repente. Vindo da minha bolsa, nas mãos de Adam, o mesmo me estendeu o acessório.

- Provavelmente são eles. Não quero saber de ninguém da minha familia.

Adam desviou os olhos de mim, ofegando com tédio, ele abriu minha bolsa e pegou meu telefone. Suas sobrancelhas franziram ao mesmo tempo que seus olhos arregalaram. Em cerca de um segundo ele exclamou:

- O que esse merda, quer com você!? - Mostrou-me o telefone, pairando na frente dos meus olhos, a claridade monstruosa.
Era outra mensagem de Bradley Collins. O nosso sinal. Um ponto final.

Não consegui ter uma reação rápida, o cansaço emocional me esgotou.

- Bradley, estou muito cansada para brigar. - Minha voz ainda estava embargada. Adam me encarou sério, petrificado, observou os meus lábios. A palavra que saiu da minha boca.

- Você acabou de confundir o meu nome? - Indagou horrizado, a face quase pálida. Apenas naquele momento percebi o meu erro.

- Merda. - Fechei meus olhos por um segundo - Me desculpe, Adam. - Tentei segurar seus ombros, mas ele escapou.

- Não... - Balançou os rosto, comprimindo os lábios - Quando ele passou por nós, lá em baixo, eu vi o jeito que aquele cara, olha você. Como na festa!

- Adam, para, por favor! Estou precisando de paz nesse momento.

- Você não pode mais ter o número dele. - Ergueu o telefone, a aba de contatos aberta, sua silhueta parecia com a do meu pai, brigando comigo quando mais jovem.

- Você não pode decidir quais pessoas eu tenho o número! - Gritei indo tomar o meu celular. Adam conseguiu agarrar meus braços contra a minha cintura, ele era bem maior que eu. Consegui vê-lo deslizar o contato para a esquerda. O número de Bradley Collins foi deletado.

Segredos de um verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora