Capítulo 51

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 Nos últimos dias da estação quando eu e minha familia retornamos para nosso lar, em Atlanta, o verão jamais aparentou estar tão frio. Há chovido constantemente no nosso bairro e nos arredores. Uma pequena tempestade fora da estação. O meu mal humor combina um pouco com toda situação. Não consigo me animar. O tempo todo algo parece faltar e eu, óbviamente sei o que é.

O meu quarto foi o meu refúgio. Em alguns momentos eu estava metendo a cabeça nos livros da faculdade ou em atividades da empresa, na tentativa de apagar Bradley da minha mente. A conexão com ele me quebrou. Às vezes, eu acordava na madrugada com lágrimas nos olhos.

A culpa do meu sofrimento é toda minha e eu não posso voltar atrás. Porém, os sonhos com Bradley estavam incessavéis como chuva e, ao contrário de toda água, a paciência do meu noivo está escassa. Adam
começou a trabalhar no escritório de advocacia de Ana, isso o deixou
sobrecarregado. A minha vontade de não perder o meu tempo discutindo com ele e estar sempre agressivamente na defensiva acaba não ajudando no nosso relacionamento.

Ontem a noite Adam me disse que eu mudei da água para o vinho. Sinceramente, é verdade.

No momento digito um email para o meu pai, sobre os gastos de um novo fundo desconhecido. Envio o e-mail. O meu telefone, largado desesperançosamente ao lado do notebook, começou a tocar. O nome de Darla acende na tela. Imediatamente o atendo.

— Billington? Onde caralhos você está!? — Sua voz quase é apagada por toda barulheira dos carros.

— No caralho da minha casa. — Digo em um tom falso de diversão.

— E desaparecida pelo visto. — rebateu —
É melhor meter as caras ou farei você desaparecer de verdade.

— Eu não estou muito animada... Preciso descansar, semana que vem o semestre começa.

— O que? É melhor você estar brincando. — Sua voz se torna grossa com a indignação. — Quero te ver na lanchonete dos Brothers, em cinquenta minutos.

— Eu não posso...

— Eu não lembro de ter te dado um opção.
— Cantarolou me fazendo suspirar alto.

— Você viajou por um tempo e retornou toda estranha. Durante este tempo nós mal conversarmos, o mínimo que eu preciso é de uma explicação!

— Admita que você apenas quer saber da minha vida, fofoqueira. — Acabo sorrindo e deixando escapar um pouco de animação através dos lábios.

— Um pouco disso também... — Confessou com som da voz diminuindo
gradativamente — Beijos, estarei te esperando!

— Beijos...

Desligo a chamada. Deixo o telefone deslizar da minha mão e cair em cima da cama enquanto tento formular coragem para ficar de pé.

O meu tempo para se arrumar poderia ser digno de um de um prêmio a não graças a tragédia da minha vestimenta. Estou a um ponto de ser linchada na rua por qualquer descendente de uma Kardashian que me veja na rua. É difícil levar muito tempo para se arrumar quando você não está interessada na sua aparência.

Descendo as escadas de casa percebo que minha mãe acaba de chegar em casa, o cabelo aparentando umidez, como as roupas e sacolas nos braços. Ela está cantarolando com um pequeno riso no canto da boca. Nos últimos degraus da escada, quando minha mãe ergue os olhos ela nota a minha presença e o brilho desaparece do seu rosto. A loira pisca os olhos azuis lentamente e me varre com
eles.

— Uau. — Gaguejou um pouco em choque enquanto analisava meu visual. — Bom... ao menos você finalmente saiu daquele maldito quarto.

Desvio o rosto encarando o nada dramáticamente.

Segredos de um verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora