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Completamente desorientada, o peso do encontrão fez com que meu corpo cambaleasse para trás.

- Se tornou faxineira? - Perguntou a voz, feminina e familiar. Meus ombros endurecem em alerta, erguendo os meus olhos castanhos, arregalados. O rosto de Clare toma forma rapidamente para mim, a expressão bem franzida e desconfiada.
A porta do quartinho se abre e Bradley, surpreso com a presença da loira, paralisou entre a guarnição da porta.

O mundo pareceu girar cinco vezes mais rápido, e o meu coração, decidiu parar.
Com o barulho, minha prima se virou e acobertou a boca para encobrir o som horrorizado que sua garganta criou. Clare nos entre-olhou, as íris cobertas de nojo e pura decepção. Engulo seco, retirando as madeixas de cabelo caídas da frente dos meus olhos, para encara-la. De alguma forma, aquele olhar me marcou.

- Clare, não é o que você ta pensando. - Disse Bradley ousando se aproximar de Clare, que recuou, balançando o rosto em um ar de desaprovação.

Permaneço em silêncio, cerrandos os punhos, trabalhando para arrumar aquilo. Chego a conclusão de que não há como explicar, porquê graças aos traumas de Clare, a mesma nunca me veria como, apenas uma prima que traiu o seu namorado, em mim, ela veria apenas o seu antigo noivo, ou Vans, traidores e apenas isso.

- Como não!? - Questionou com um pingo de sarcasmo na voz - Emma... - Seus rosto bruscamente virou-se paramim - Você é muito suja. O Adam sempre foi incrível com você e, - Enfatizou parando somente para ofegar - e na primeira oportunidade, de alguma briguinha, você faz isso? - Apontou entre mim e Bradley.sd

Eu... Sou suja?

Um pedaço em mim, novamente foi embora. Por consequência, a minha relação com Clare, tornou-se pó. Primeira oportunidade de briga? A minha mente acha que é uma piada. Isso é triste. Eu deixei transparecer que o meu relacionamento é tão feliz assim?

- Garota, você realmente não conhece ela.
- Disparou Collins, surpreendendo Clare.

- Bradley, nos falamos mais tarde. - Meus olhos se prendem nela, então falei de canto. Preciso encerrar isso antes que se torne uma bagunça.

- Não, não... - Repetiu ela, balançando a mão no ar - Continuem o showzinho repugnante.

O seu cabelo loiro, por pouco não vôou em meu rosto quando ela girou em seus calcanhares para ir embora, batendo os pés pelo saguão. Respiro fundo e encaro Bradley, um semblante preocupado não combina nada com o seu rosto. Lhe dou um Sorriso, dos mais ensaiados, pareceu surpreende-lo.

- Eu vou resolver. - Digo em um tom insuportávelmente simpático. Ele abre a boca, mas não diz nada, apenas singelamente toca em meu ombro ao passar por mim, minha pele se arrepia, é estranho o tipo de efeito que ele tem em mim.

Apresso os meus passos, seguindo Clare pelo caminho que ela tomou. Assim que a vejo, parada no corredor de elavadores, me aproximo com cautela.

- Clare, eu preciso me explicar. - Digo alto, diminuindo a velocidade dos meus passos. A única menção que ela faz para mim é um olhar, por cima do ombro, tomado pela raiva. Sua mão corre em direção aos botões do elevadore e impulsionada por algo, agarro o seu pulso, virando-a em direção a mim. - O que eu fiz para você?

Clare revirou os olhos e gruniu ao puxar sua mão bruscamente.

- Emma, eu estou cansada de ouvir as pessoas explicarem o porquê de uma maldita traição. Não posso deixar Adam passar pela mesma merda que eu. - Engrossou a voz. Nesse momento um casal idosos acaba passando por nós, lentamente, para ouvir a conversa. Ignoramos eles.

- Ah, é claro. - Digo entre-dentes - Porém, isso mais porque você foi traída ou você quer que o meu relacionamento acabe? - Uma sensação de surpresa perpassou seu rosto. - Estou cansada de ter paciência com você. Como uma criança, sempre fazendo birra comigo. Por uma briga simples ou por eu tentar fazer algo para o seu bem, colocando seu maldito ruivo para fora da festa e contar pra você!? - Meu tom é puramente sinico - Você tem o direito de contar para Adam, mas não ouse dizer que é por um motivo de solidariedade. Isso que você quer fazer, você sequer pode dizer que é para o meu bem, para eu ter algum tipo de lição.

- Pense o que você quiser! - Cuspiu as palavras na minha cara.

- Sinto muito... Eu não vou deixar passar batido. - Meu tom é puramente frio, como desejei. Se ela quer me fazer esquecer a consideração por ela, farei.

- O quer dizer? - Cruzou os braços.

Fecho os meus olhos, pensando por alguns segundos. A porta que eu estava perto de abrir, era obscura e suja. Apenas esconder meus segredos. Ainda não consigo fazer, então começo a tentar explicar novamente.

- Clare, a minha vida não é perfeita. O Adam não é perfeito, - A frase doí em meu peito quando eu digo, porquê eu sei, que a maior causadora disso, fui eu, que sempre acreditou - Os meus problemas com Adam, não só na cama... - O olhar de Clare parece amolecer, e sei que minha próxima frase terá efeito o contrário - mas não planejo desistir dele. E, eu sei que sou uma péssima pessoa por isso.

- Como você pode achar isso normal? -Questionou abismada. - Você não tem carater.

- Eu nunca disse que achava normal. - Minha voz começou a embargar -
Eu me odeio. Porém, nesse verão, eu vou fazer o que eu quiser.

- Imoralidades? - Indagou sarcástica. Minha respiração começa a acelerar, o fio da minha paciência rompendo-se.

A porta se abriu e eu não poderia voltar atrás. Faria tudo para ter meus segredos escondidos.

- Clare, eu sei que você não está aqui de férias. - Minha prima fica boquiaberta -
Pensou que George não fosse me contar?

- Emma... - Gaguejou o meu nome.

- Você quer um emprego, não é? - Questiono e uma cortina silêncio cai entre nós. Inspiro - Vou ser clara... Isso vai ficar entre nós. Tenho certeza que você vai pedir um emprego para o meu pai, ou não viria na merda dessa viagem, não é? Você não vai querer que eu te prejudique, então manteremos a paz.

- Um suborno. - Sussurou rindo para sí mesms - Você está fazendo isso mesmo?

Somente murmuro cínicamente em concordância. Aperto o botão do elevador e as portas se abrem.

- Pode ir, - Dou espaço para que ela possa passar - Mas se entrar, na empresa, não vai terá espaço pra você. Escolha.

Conseguiría enxergar um tsunami dentro das suas íris, jurando destruir-me. Porém, a força da onda retorna para ela, e em poucos segundos, assisto a vontade de me destruir morrer em seus olhos.

- Sabe que está podre por dentro, não é Billignton? - Clare começou a se mover.

- Por mais errada que eu esteja, estou cansada das pessoas controlarem a minha vida. Eu não sou a garota boazinha, Clare, mas também não sou a vilã. Mudei tanto por alguém... que perdi um pouco de mim, não tem como eu estar intacta. - Minha resposta é tão sincera que sinto minhas emoções queimarem dentro de mim. Clare gargalhou.

- Está reclamando de boca cheia. Um dia, Emma, você vai ter que lidar com a sua merda, e eu vou estar lá para rir da sua cara. - Cutucou meu ombro, mas não ouso me mexer. Essa reação mostrou outro lado da sua personalidade, tanto quanto o meu.

- Clare, acho que nunca fomos amigas de verdade.

- Está sendo mais patética.

Clare não entrou no elevador, moveu-se e deu meia volta no corredor. Portanto eu, adentro a caixa de ferro, fria e vazia.

POR FAVOR, NÃO SE ESQUEÇA DE VOTAR ❤

Segredos de um verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora