Segredos de um verão

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Emma Billington

Aos poucos, o barulho do motor do carro vai desmanchando e por fim, o solavanco do carro faz com meu peito caia para frente quando estacionamos no subsolo do hotel. A luz neutra do ambiente despeja uma carga de mistério dentro do carro. Não que isso fosse uma reclamação, é mais difícil de alguém nos reconhecer.

Bradley e eu compartilhamos o peso do silêncio. Em um ato nervoso, sem saber o que dizer, apenas cruzo minhas mãos em meu colo. Respirar parece bem mais difícil quando estamos presos em uma lata que é impregnada com o seu perfume.

Quando terminamos na praia, um frio na barriga me perpassou, apesar do imenso calor que me rodeava. A atração entre nós causa um tipo de palpitação mil vezes mais forte no meu coração. Como um conexão de corpos inimaginavél, capaz de fazer perder a razão, e como fazia, talvez eu já a tenha perdido.

E essa conexão, me deixou assustada como um coelho. Amendrotada. Perto de perder o controle que eu tanto almejo.
O pânico me apredejou com forças e me levantei, arrumando todas as coisas o mais rápido possivel. Com medo que eu caisse na tentação novamente, com certeza.

- O verão. - Bradley quebrou o silêncio e junto com ele todo peso no ar, a respiração
ofegante por um certo hesito - Isso pode continuar até o final do verão. - Sugeriu sem vacilar, seus olhos intensos correram em caça aos meus mas fugi, concentrando-me no tilintar das minhas unhas contra o vidro da janela - Depois, nunca mais nos veremos.

- Por que você quer isso tanto? - Pergunto com a voz afiada, finalmente encarando-o nos olhos, sua expressão deu um pulo surpreso aparentando que eu havia apontado uma adaga em direção ao seu coração.

Bradley cerra as palpebras, a mão apertando o encosto do meu banco, psrecendo tentar afastar o desejo de me tocar.

- Apenas... Até eu me desapegar de você, e eu, conseguir te dar máximo de prazer que puder. - Seu corpo aproxima-se a medida que cada palavra deixe sua boca, parecendo mais deliciosa que antes. Cada centímetro a menos, cria uma diferença crucial na temperatura do meu corpo.

Seus dedos cruzam o limite, afagando meu cabelo com gentileza. Recolho meu corpo para trás, em direção a janela.

- E a minha conciência? - Minha voz sai trêmula, me traindo fácilmente - E o Adam?

- Depois de mim, você nunca mais repete.
Ou, eu ficaria com ciúmes - Um sorriso brincalhão brilha por um curto tempo em seus lábios, reviro os olhos - E o cara... Não ouse dizer que seu noivinho não machucou você mais do seria se ele tivesse traído você. Usou palavras que, você preferiu encontrar outra mulher na cama com ele.

Suas palavras acertam em cheio. No ponto fraco, das feridas mal curadas, criadas por uma pessoa que estava longe de ser um inimigo.

- Não consigo mais resistir a você, pare de resistir a mim. - Disse em sofrego.

- Tudo não é preto no branco.

- Exatamente. - Respondeu em sílabas, como se fizesse tanto sentindo para minha situação. - Não precisa planejar isso - Seu dedo aponta para nós dois - Quando rolar, é isso, e acabou.

O meu tempo estava acabando. Resta apenas um mês até o fim do verão. O que isso poderia significar?

Eu conseguiria lidar com as consequências de um final que não me agradasse? Se Adam descobrisse, acabaria comigo.

Porém ainda estou em pedaços. Perdida. Sem mais vontades além do trabalho, e Bradley, trouxe minha antiga essência novamente, nos nossos momentos sozinha, sinto que sou apenas eu. Sem película ou filtro, entregue a ele totalmente nua.