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A cada passo que davamos, a garotinha fazia questão de gritar chamando
pelo seu pai.
No fundo dos seus olhos castanhos, poderia sentir todo seu temor em não vê-lo jamais.

Eu temeria junto a ela, se eu não tivesse certeza que logo isso se resolveria.
O parque não é tão grande, não há como eles sumirem. A não ser que tenham ido comprar cigarros...

Não há momento pior para essa piada.
Que horror.
Me repreendo mentalmente.

Encaro a cada canto, procurando qualquer segurança do parque que pudesse nos ajudar, ou que procurasse pela garota.

Meu companheiro se mantinha calado, com olhos focados como os de uma aguia. Contudo, não consigo ler suas expressões, ou imaginar o que ele pensa, só sei que ele está fazendo isso bastante.

- Qual o seu nome mesmo? - Pergunto tentando distrai-la, mesmo que por um instante.

- Stella. - Respondeu baixo com a voz fina, facil de se partir como um fio de cabelo.

- Venham, por aqui...

Disse Bradley virando a esquina.
Apenas o sigo e continuo segurando a mão da pequena, guiando-a no caminho ladrejos, entre as paredes de grama e plantas artificiais. Posso sentir o cheiro de plástico velho.

Finalmente chegamos no centro,
há uma estatua de bronze parada bem ali, como Bradley disse.

Por azar, está região está vazia.
Nem uma alma penada sequer nas outras entradas.

- Onde estão meus pais? - Indagou, escorregando sua mãozinha quente para longe da minha.

Seus olhos me encaravam, buscando esperança.

Bradley me chamou, pondo a mão no meu ombro e me viro.

- Ainda podemos ir no... - Suas palavras são cortadas no ar por uma flecha cheia de gritos.

- Stella! - Um conjunto de vozes exclamam o nome da garota. Me viro desorientada, escutando as vozes esbravejarem novamente.

A garota saiu correndo diante dos meus olhos, sem que eu tivesse a mínima coordenação motora de segura-la.

Uma ventania passou no instante e senti meus lábios ficarem secos.

O corpo da garota se choca de braços abertos contra outros dois caras, eles lhe acobertam em um abraço tão inteso que pude sentir.

- Porra, Emma. - A mão de Bradley apertou meu ombro. Então tive clareza em meu olhar que aqueles dois eram John e Pitter.

Bradley está petrificado. Como se tivesse recebido um Petrificus Totalus enquanto estava chocado.

Tudo na minha mente começa a se desembolar, como a linha de um carretel eram; O casal tecnologico e com certeza sua mais nova filha.

- Eu já disse para você nunca se afastar! -
Resmungou Pitter com a criança no colo.

Pitter era o mais alto, porém tinha o estilo mais escuro discreto, fã dos simples blusa e calça, seus óculos pareciam acessorios, mas eles tem miopía.
John veste roupas com tons mais alegres, a camisa de mangas de tecido fino com cores alegres e bermuda.

Movimento a boca, nervosa enquanto observo a familia conversar sobre o desaparecimento de Stella.
Minha boca ficou seca de repente.

Os olhos curiosos de John finalmente nos encontra. Ele cutuca seu parceiro que também nos encara.

- Foram vocês que encontraram Stella? - John perguntou pela distância.

Rapidamente balanço a cabeça. Os três começam a se aproximar de nós.
Me suguem pra debaixo da terra.

Segredos de um verãoOnde histórias criam vida. Descubra agora