Joaquim
Assim que faço a pergunta, espero que Maitê faça um comentário desagradável sobre minha condição social. Eu não espero menos de uma garota privilegiada como ela.
Mas não imaginei que ela ficaria chateada comigo.
— Por que está agindo assim? — ela se afasta um pouco. Seu semblante mostra que eu a magoei. Fico inegavelmente surpreso. — Você acha que eu vou te humilhar? Posso ser bem mais rica que a maioria das pessoas, mas isso não me torna uma pessoa fútil e idiota.
— Eu... — suspiro, passando a mão no cabelo. Por que eu fiz aquela pergunta estúpida? Desde o início, Maitê provou ser uma garota diferente, e acho que arruinei seja lá o que temos. — Me desculpa. Pensei que você fosse me julgar.
— Então pensou errado. Se eu quisesse julgá-lo, o teria feito assim que chegamos a esse lugar. Mas não fiz e nem farei. Não sou esse tipo de pessoa.
Ela realmente está chateada e eu percebo isso assim que seus olhos se enchem de lágrimas.
Porra!
Eu sou um idiota!
— Anjo. — chamo, aproximando-me. Ela vira o rosto e torno a virá-lo em minha direção, juntando nossas testas. Nossa respiração se mistura. — Não chore. Não sei como explicar, mas não gosto de vê-la assim. Admito que sou um imbecil e peço desculpas. É que não estou acostumado com tanta gentileza vinda de alguém de uma classe superior a minha.
— Ter dinheiro não me torna melhor do que ninguém, Joaquim. — suspiro de alívio quando ela toca meu rosto carinhosamente. — Eu realmente estou gostando muito de você. E saber que mora aqui, não vai diminuir o que sinto.
Esboço um sorriso e, nos segundos seguintes, eu a puxo para um beijo profundo.
Maitê é a garota mais especial que conheci e a atração que eu sinto por ela está aumentando cada vez mais, me tornando um idiota dependente.
#*#
— Será que vai funcionar? — questiono assim que paro a moto a poucos metros da residência do prefeito.
— Só preciso inventar uma desculpa convincente e meu pai vai cair direitinho. — sua animação me fez sorrir. Beijo a ponta do seu nariz antes de abraçá-la.
— O que você está pensando em dizer a ele?
— Posso dizer que vou dormir na casa de Beatriz; algo como uma noite de garotas.
— E depois?
— Se ele acreditar, você tem meu número e posso mandar uma mensagem positiva. Aí poderemos nos encontrar em um local próximo a minha casa. O importante é sermos discretos para que ele não descubra.
Eu anseio que Murilo Campos acredite na filha, ou nossa noite estará arruinada. Na verdade, meu amigo Jefferson dará uma festa em uma antiga construção abandonada, apenas para os íntimos, e eu espero ir com Maitê.
— Seremos discretos. — enlaço sua cintura, pronto para beijá-la outra vez.
Fico um pouco irritado quando ela me empurra levemente.
— Podemos fazer isso depois. — diz envergonhada. — Aqui não.
— Ok. — mesmo assim eu a pego de surpresa com um selinho, e sou levemente golpeado no ombro.
— Joaquim!
Um sorriso enorme toma conta dos meus lábios.
— Está certo, anjo. Eu já parei.
— Tenho que ir agora. — fico desapontado quando ela diz isso, mas sei que está tarde e será minha culpa se ela for reprendida pelos pais. — Está tarde. Vejo você depois. — Maitê me envolve em um abraço antes de se afastar.
No meio do caminho, ela se vira novamente, sorrindo para mim.
Pensamentos pervertidos tomam conta da minha cabeça quando a observo dentro do uniforme escolar com mais atenção. Ele abraça seu corpo de uma forma diferente a que eu via quando ainda estava estudando. Diferente das outras meninas, Maitê fica sexy e, ao mesmo tempo, inocente em qualquer roupa que use.
— Até sábado, Quim. — acena antes de correr de volta para sua casa.
#*#
21h32
Sábado
— Aqui está o dinheiro. — passo as notas para Ricardo.
— Não há necessidade. — tenta me devolver.
— É seu. — murmuro, e ele finalmente coloca o dinheiro no bolso. — Você sabe como agir caso o merda do Luís decida aparecer por aqui, certo?
— Sim. Devo espancá-lo até a morte.
Acabo rindo.
— Não exagere. Apenas não o deixe entrar. Cuide da minha mãe e de Davi.
Ricardo é um vizinho e amigo dos tempos de escola. Minha mãe e meu irmão gostam dele; e o cara pratica muay thai, então meu pai não terá chance se tentar fazer algo estúpido. E enquanto eu estiver na festa de Jefferson, a poucos metros de distância, ficarei mais relaxado.
— Estou indo nessa. Cuida deles. — pedi antes de subir na moto do Igor. Ele ganhou de seu pai, mas a odeia pelo simples fato de preferir carros. E dessa forma, eu a peço frequentemente.
— Pode deixar. E Joaquim? — olho para Ricardo assim que ele me chama. — Cuide-se e não ingira muito álcool. — aconselha como uma mãe.
Mostro o dedo do meio, fazendo-o rir antes de ele seguir para o apartamento.
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Romance Proibido
RomanceMaitê Campos é filha do atual prefeito de Vinhedo e tem apenas dezesseis anos, mas uma vida cheia de regras e responsabilidades. Quando a adolescente conhece Joaquim Almeida em uma festa na mansão de sua família e toma uma decisão brusca, ela não im...