Horas depois...
O prefeito Murilo Campos está lívido.
Como conseguiram o enganar tão facilmente?
Ficou sabendo do sumiço de Maitê e decidiu procurá-la.
Ela não está em lugar nenhum, e ele tem que espalhar seguranças pelo local, mas nada de pistas.
Murilo logo deduz o que havia acontecido, mesmo não sabendo como foi possível.
Joaquim levou sua filha.
Como, não sabe, mas deduz que fugiram juntos pelos fundos da construção.
Eles com certeza tiveram a ajuda de alguém, mas quem?
Nenhum suspeito passa pela sua cabeça, apesar de ter suposto vagamente que foi sua esposa. Não, Luísa não faria isso com ele. Não o trairia dessa forma.
Ele vê os olhos arregalados da sua esposa assim que lança um vaso caro no chão. Renato já foi embora assim como os demais convidados, ficando apenas ele e sua família no evento falido.
E tudo, segundo ele, por culpa de um amor adolescente sem futuro.
Clarinha se retirou com uma de suas tias, fora do ambiente sufocante, enquanto o prefeito ficou sozinho com sua esposa.
— Eu vou atrás deles. Eles vão me pagar. — tenta marchar para fora, furioso, mas Luísa o impede ao ficar em sua frente, espalmando seu peito.
— Não faça isso, Murilo! — praticamente grita, nervosa.
— E quem vai me impedir? Você? — ri sem humor.
— Eu mesma! — dispara com toda a sua frustração, fazendo o marido ampliar os olhos.
— O que está fazendo, Luísa? Saia da minha frente!
— Não, apenas se acabar comigo. — diz com lágrimas nos olhos. — Eu vou te impedir de fazer a maior burrada da sua vida, Murilo. Não vou deixá-lo machucar Maitê ou o rapaz que ela ama. Deixe-os em paz.
— Nunca!
— Então se prepare para as consequências. — diz com o rosto vermelho de cólera, recebendo um olhar surpreso. — Se sair por aquela porta com essa má intenção, saiba que estará arruinando nosso casamento.
Ele realmente se surpreendeu com a ameaça.
— Do que está falando?
— Não entende? Pois saiba que se sair, pedirei o divórcio imediatamente, mas não sem antes ir à mídia e falar sobre tudo: revelar a perseguição que tem feito a sua própria filha. Acha mesmo que não sou capaz?
— Você está louca, mulher! — mesmo assim, ele fica receoso com a ameaça.
— E se não me der o divórcio, saiba que fugirei com Clarinha e Maitê para bem longe, para um lugar aonde você não vai nos encontrar nunca mais.
Murilo Campos fica aflito, pois imagina que Luísa não está blefando. O semblante dela está bem convicto.
Ele estuda a situação e um profundo suspiro deixa seus lábios ao se dar conta do que está prestes a fazer. Mesmo sendo frio com as filhas, o bem estar delas sempre esteve acima do seu.
Luísa percebe que está conseguindo convencer Murilo de sua burrada e completa:
— Não seja um homem cruel, Murilo. Você não era assim quando nos conhecemos. — suspira, tocando o ombro do homem, que a encara com semblante cheio de remorso. — Mesmo julgando Joaquim pela sua condição social, lembre-se que você não era muito diferente dele quando me viu pela primeira vez. Você era um dos seguranças do meu pai até se tornar seu braço direito e convencê-lo de que seria um bom marido para mim. Depois conquistou muitas coisas, mas jamais se esqueça da sua origem.
Murilo solta um suspiro cansado e encara sua esposa.
— Eu sou realmente um péssimo pai e marido, Luísa. — confessa angustiado.
Ela sorri brevemente ao constatar arrependimento nos olhos dele.
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Romance Proibido
RomanceMaitê Campos é filha do atual prefeito de Vinhedo e tem apenas dezesseis anos, mas uma vida cheia de regras e responsabilidades. Quando a adolescente conhece Joaquim Almeida em uma festa na mansão de sua família e toma uma decisão brusca, ela não im...