capítulo 14

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Maitê

Três meses depois...

Demoro a compreender o motivo pelo qual Joaquim me leva para um bairro e casa desconhecida.

Ele resmunga algo como "Vitor nos deixou ficar aqui. Ele mora sozinho nessa casa enorme e liberou um quarto." Claro que fico em estado de alerta a menção da palavra "quarto" e imagino o que Joaquim está planejando.

De alguma forma, acabamos nesse tal quarto e rapidamente estamos sobre uma cama nos beijando. É um beijo diferente de todos os outros, porque está recheado de promessas que podem ser cumpridas se eu apenas der uma confirmação.

Bem, mas eu não dou.

O pânico cresce e é frustrante ter que negar as investidas de Joaquim mais uma vez, mas o medo é muito maior; mais forte do que eu.

— Ainda não estou pronta. — murmuro sem fôlego depois do beijo. Ajeito minha saia e minha camiseta no lugar.

Joaquim está uma bagunça fofa, e toco as pequenas mexas escuras do cabelo que caem em sua testa. Ele se afasta o suficiente para vestir sua camiseta que estava caída no chão.

E como nas últimas duas vezes, ele não protesta ou insisti para continuarmos. Por mais que seu semblante afirme o contrário e eu perceba o quanto ele está sedento por mim, Joaquim apenas assente e decide me levar para minha casa.

O caminho de volta é estranho.

Não falamos nada quando ele freia a moto, e meu interior grita para eu falar alguma coisa, mas as palavras desaparecem.

Depois que ele segue para sua própria casa, eu me tranco em meu quarto, frustrada comigo mesma.

Como não consegui ir em frente com ele? Sou tão covarde!

O medo provavelmente tem haver com o fato de eu nunca ter transado antes, mas eu não tenho dúvidas do meu amor pelo Joaquim. E bem... Isso deveria tornar tudo mais fácil.

Já estamos juntos a um tempinho e eu sinto desejo de dormir com ele, mas o medo sempre freia meus próximos movimentos.

Droga, isso era tão frustrante!

Decido enviar uma mensagem para ele.

Maitê: desculpa.

Foi algo breve, realmente.

Sua resposta chega em seguida.

Joaquim: eu que peço desculpas por não te deixar a par das minhas intenções. Eu queria te fazer uma surpresa, mas acabei agindo como um pervertido. Você me perdoa?

Respirei fundo.

Tadinho, agora ele está se sentindo culpado.

Maitê: Não há nada para perdoar. Eu te amo, mas tenho medo. Nunca fiz isso antes e não tenho ideia de como vai ser quando eu finalmente me entregar.

Sua mensagem demora um pouco dessa vez.

Eu já estou ficando ansiosa quando meu celular finalmente vibra.

Joaquim: você me ama?

Só então me dou conta de que deixei esse segredo escapar por mensagem.

Céus!

Minhas bochechas esquentam e me apresso em responder.

Maitê: Sim...

Maitê: Isso é algo ruim pra você?

Joaquim: Não. Nunca. Apenas fui surpreendido. Surpreendido de uma forma muito boa. Obrigado por me amar, anjo.

Sorrio comigo mesma, mas algo dentro de mim ainda me incomoda acerca do fato de Joaquim não ter se declarado de volta.



#*#



— Vocês fizeram aquilo? — Beatriz sussurra assim que sentamos na arquibancada da quadra de basquete.

Meu rosto esquenta e desvio o olhar.

— Não. Fui tomada pelo medo e não consegui prosseguir. Acho que ele ainda está chateado. Tenho minhas dúvidas.

— Joaquim disse isso para você?

— Não, mas percebi que seu semblante ficou um pouco chateado. Mas ele disse que a culpa era dele por provocar tudo isso. — suspiro, encarando os garotos se atacando mais embaixo, brigando pela bola. É apenas um treino, mas parece que estão no campeonato oficial. Gustavo está entre eles e não para de lançar olhares em nossa direção. — A verdade é que eu quero fazer isso com ele, mas esse medo idiota sempre me trava. Não sei o que fazer.

— Você já disse algo sobre seu medo para ele?

— Sim. Joaquim é muito compreensível. Ele soube receber um não.

— Que bom que ele não foi um idiota. — murmura, pensativa. — Mas você o ama?

— Sim. — não hesito na resposta. — Eu o amo como nunca amei alguém antes. Garoto nenhum despertou esse sentimento em mim além dele. Joaquim é especial.

Mal percebo que tenho um sorriso no rosto até Beatriz me lançar um olhar divertido.

— Vejo que realmente o ama, Maitê. Acho que isso é impulso suficiente para vocês dormirem juntos. Não acha que isso pode te dar coragem para ir até o fim? Ouvi falar que o amor torna tudo mais fácil e prazeroso.

— Às vezes penso exatamente isso. Apenas preciso de mais um tempo. Quando finalmente estiver pronta, eu o deixarei a par disso.

— Claro. Você precisa conversar com ele quando tomar sua decisão. — murmura. Eu a encarei curiosamente quando ela sorriu. — Oh meu Deus!

— O quê?

Desvio meu olhar para o ponto que ela está encarando.

Gustavo continua lançando olhares em nossa direção.

O que ele está fazendo?

— Gustavo não para de olhar para cá. Ele nem disfarça que está caidinho por mim. — acabo sorrindo, divertida com sua empolgação. Eu a vejo levar a mão ao peito. — Estou tão emocionada.

Reviro meus olhos.

Nesse momento tenho certeza de que Beatriz está cega de amor pelo Gustavo.









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