capítulo 34

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Dois dias depois...

Joaquim

Tudo já está perfeitamente planejado.

Maitê dará um jeito de sair da escola antes do fim das aulas pela saída de emergência. E depois eu a esperarei do lado de fora e seguiremos para a minha casa de moto. Sorte que sua família não sabe onde eu moro, ou não daria certo.

Acontecerá amanhã à tarde e nada poderá nos impedir.

Nem o babaca do seu pai.

Minha mãe já está por dentro do plano e concordou comigo. Para ela, Maitê já é da família e sua presença em nossa casa é desejável. Principalmente para mim.

Desde que falei sobre isso para Maitê, eu ando apreensivo e ansioso. Mesmo assim, não voltarei atrás na decisão. Nem pensar.

Mas como nem tudo são flores, a merda acontece no dia anterior à fuga.

O desgraçado do Luís decide aparecer.

Eu estou na sala de estar com minha mãe e Davi quando ele empurra a porta com brutalidade. Minha mãe com certeza se esqueceu de trancar e apenas observo o homem invadir o local.

Fico de pé junto com minha mãe. Ela empurra Davi para o quarto e o manda ficar lá por enquanto. Assustado, meu irmão obedece.

— Que porra você está fazendo aqui?! — disparo, encarando-o com desdém.

Ele ri sem humor.

— Quero mais dinheiro.

— Não tenho no momento.

E isso é verdade. Ainda não é o dia do meu pagamento e eu tenho apenas grana suficiente para manter a casa. E com a vinda iminente de Maitê, eu preciso dele. De toda forma estou pensando em ir a delegacia denunciar Luís em breve e pedir alguma medida protetiva. Esse merda já causou problema demais. Precisa de um freio.

— Não tem? Como assim não tem?! — me encara com raiva, aproximando-se. Ele está evidentemente drogado e seus olhos vermelhos me analisam com ira.

Eu o encaro com profundo desprezo.

— Eu disse que não tenho. — aumento o tom de voz, sem paciência.

Luís resmunga alguma coisa que não entendo e é muito rápido ao retirar um objeto do bolso da sua calça gasta.

O metal brilha e ouço o murmúrio chocado da minha mãe atrás de mim.

Luís está apontando uma faca na minha direção; em direção ao seu próprio filho.

— Solte essa faca, Luís. — mamãe sai detrás de mim, assustada. Suas mãos tremem.

Eu a puxo delicadamente para trás de mim outra vez. Não quero vê-la machucada caso Luís fique louco de vez.

— Quero meu dinheiro! — ele continua apontando o objeto para mim, mas está a certa distância.

— Eu já disse que não tenho, seu merda! — murmuro entredentes e tudo acontece muito rápido.

Ouço o grito distante da minha mãe quando Luís parte para cima de mim, empunhando a faca e tenta me acertar. Não fere meu braço por muito pouco porque eu consigo desviar.

Sem esperar mais, seguro os braços de Luís enquanto ele me xinga de todos os nomes possíveis.

Com uma força anormal, ele consegue se livrar do meu aperto e fere meu lado. Sinto a dor, e nesse momento minha mãe se aproxima com rapidez e empurra meu pai para trás com toda a sua força. O homem cambaleia enquanto minha mãe chora.

Romance ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora