capítulo 35

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No mesmo dia, durante a noite...

Joaquim

Com os pensamentos distantes continuo sentado em frente ao apartamento onde moro. Na parte de baixo, eu estou sobre uma calçada, sentindo a brisa noturna encontrar seu caminho até mim.

O barulho repentino de sapatos ecoa pelo ambiente um pouco deserto e ergo meu olhar, encontrando um homem bem vestido e de semblante arrogante.

Coloco-me de pé no mesmo instante que reconheço o prefeito.

Mas como ele...?

— Você deve está se perguntando como te achei nesse lixo, certo? — aponta o local em que estamos com desdém.

— O que está fazendo aqui? — minha voz sai firme, apesar de eu está surpreso com sua aparição.

— Decidi dar uma volta e conhecer o miserável pelo qual minha filha se encantou. — balança a cabeça em negação. Não rebato a ofensa, mais preocupado em saber como ele descobriu onde moro.

— Como...?

Ele responde antes que eu possa terminar:

— Deduzo que está curioso para saber o que vim fazer aqui. —murmura, sorrindo sem humor. — Foi fácil descobrir que minha filha estava tendo um caso com um dos garçons que contratei. Desde a primeira vez eu fiquei desconfiado, mas tive certeza quando fiquei com o celular de Maitê. Foi muito fácil rastrear seu número e localizar seu endereço. E agora descubro que você já trabalhou para mim e usou isso para se aproximar da minha filha e arrancar algo dela.

— Não estou com Maitê por interesse. — confesso entredentes. Ele ri, como se não acreditasse. — Amo a sua filha.

— Não estou interessando nisso. — dispara. – Apenas quero que mantenha distância de Maitê. Para seu próprio bem.

Tenho vontade de xingá-lo pela dedução, mas apenas mantenho meu semblante neutro.

— O que você fará?

— Meus seguranças andaram dando uma olhada por aqui recentemente. Sei que tem um irmão mais novo e uma mãe solteira. Seu pai drogado morreu dias atrás, não é mesmo? As pessoas comentam...

Eu não devia me surpreender com suas descobertas, afinal ele era o prefeito e devia ser fácil recolher essas informações.

— Por que você está citando eles? Eles não...

— Eles podem sofrer as consequências caso você não me obedeça. — sussurra friamente. — Tenho dinheiro e poder nessa cidade. Posso te arruinar ao ponto de você nem conseguir mais um emprego por essas bandas. Sua família vai pagar caso isso ocorra, sabe disso? Ou talvez... — leva sua mão até o queixo, pensativo. — Aconteça um acidente não proposital e...

Sem esperá-lo terminar, eu me aproximo ameaçador e não recuo diante do seu olhar tendencioso.

— Eu te mato se encostar um dedo na minha família, seu merda!

Ele ri, pensando que acertou o alvo.

— Apenas mantenha-se longe de Maitê.

— Posso proteger minha família. — murmuro quando ele me dá as costas. — E também não vou desistir da Maitê.

Ele para de caminhar e se vira outra vez apenas para dizer:

— É o que veremos, moleque!


#*#


Maitê

No dia seguinte, estou ansiosa.

Romance ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora