Terça-feira
Se eu disser que estou aborrecida, não restarão dúvidas de que é verdade. É notável em meu semblante. Sobretudo desde que meu pai arrancou meu celular de mim definitivamente. Aconteceu poucas horas após seu confronto. Ele não perdeu tempo mesmo.
Agora estou sem o contato de alguém conhecido. Não posso falar com Joaquim ou qualquer outra pessoa.
Como eu vou sobreviver?
Durante o almoço, provo minha comida em silêncio e apenas tenho olhos para a mesa.
Converso pouco com alguns alunos próximos, mas é só isso; e apenas quando fazem perguntas das quais eu não posso fugir.
Após o almoço, sigo pelo corredor até a sala de aula. Quer dizer... tento porque Beatriz escolhe aquele momento para barrar meu caminho.
Paramos de caminhar ao mesmo tempo. E de frente uma para a outra, nos encaramos demoradamente.
Eu tenho tanta coisa para falar no momento, mas quero ver até onde Beatriz pode testar meu limite.
Fico extremamente irritada quando ela bate palmas, sorrindo.
— Olha só, é tão bom te ver assim... tão ferrada.
— Por quê? Só me responda isso.
Ela parece pensar.
— Hm, a lista é extensa, mas principalmente porque você tentou roubar Gustavo de mim. Porque você destruiu minha confiança.
Franzo o cenho.
— Você é completamente louca!
— Sim, e agora você viu até que ponto a louca aqui é capaz de chegar. Se seu pai não tivesse telefonado lá para casa, eu mesma teria ligado para ele e revelado seu segredinho sujo.
Não espero muito para agir.
Apenas vejo Beatriz virar o rosto com o forte impacto do tapa que lhe dou.
Atordoada, ela leva a mão ao local, encarando-me com raiva.
— Você irá levar mais se continuar em meu caminho. — disparo.
Gustavo, que até então esteve meio distante apenas observando, aproxima-se.
Observo a raiva de Beatriz ceder lugar à animação assim que o vê, mas ele a ignora e se aproxima de mim.
— Vamos sair de perto dessa maluca. — o sorriso de Beatriz desaparece. Eu sigo o garoto pelo corredor e ficamos lado a lado depois. — Quer conversar sobre o que aconteceu?
— Pode ser depois? Estou meio frustrada agora.
Ele assente.
Não sei se é pelo estresse constante, mas logo minha visão se torna turva e eu teria caído se não fosse pelo apoio de Gustavo. Sinto a fraqueza me tomar.
— Você está pálida. Vamos para a enfermaria. — ele me ajuda a chegar lá.
No local, uma mulher me faz engolir algum comprimido e me obriga a repousar em uma das camas do espaço. Gustavo fica por perto, mesmo que esteja perdendo suas aulas, e eu aproveito para tirar um pouco da carga de minhas costas. Assim, relato o motivo por trás do meu aborrecimento, incluindo o quão baixa Beatriz é.
Gustavo ouve a tudo atentamente e decide intervir quando falo do meu celular:
— Você tem o número do Joaquim decorado?
— Anotei em meu diário. — sorrio.
— Que bom. Vou te emprestar um celular, mas você tem que ser discreta ao redor de sua família.
Amplio meus olhos.
— Sério?
— Sim. Fique com o aparelho se quiser.
— Não, é só um empréstimo, enquanto não tenho o meu de volta. — aceito sua ajuda. — Como faremos?
— Trarei o celular amanhã pra escola.
— Muito obrigada, Gustavo. De verdade. Nem sei como te recompensar.
Ele apenas sorri, acenando com a cabeça.
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Romance Proibido
Любовные романыMaitê Campos é filha do atual prefeito de Vinhedo e tem apenas dezesseis anos, mas uma vida cheia de regras e responsabilidades. Quando a adolescente conhece Joaquim Almeida em uma festa na mansão de sua família e toma uma decisão brusca, ela não im...