capítulo 20

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Maitê

— Como estou? — dou uma volta em frente à Beatriz e ela bate palmas.

— Uau. Você está uma gata.

Observo-me em frente ao espelho, tentando acreditar na sua percepção. Admiro como o vestido preto e sem mangas fica bem no meu corpo e suspiro satisfeita.

Beatriz por sua vez está usando uma calça jeans colada e regata azul. Ficou incrível.

— Você tem brincos pra me emprestar? Acho que combinará com a roupa. — murmuro enquanto calço o par de saltos escuros.

— Sim, espere um segundo. — ela caminha até o seu guarda-roupa e puxa uma caixinha de lá. Ela me entrega o objeto em seguida e eu o abro para encontrar um par de brincos lindos e brilhantes. Coloco em instantes e concordo que combina muito com a roupa e os sapatos.

Eu finalmente estou pronta.




#*#




O local da festa é realmente bem escondido. Fica muito dentro da cidade e eu diria que o caminho parece meio assustador e bem escuro. Se meu pai me flagrar nessa parte da cidade, ele literalmente me matará.

É difícil chegar aonde queremos, considerando a localização complexa, mas suspiro de alívio quando finalmente conseguimos.

Beatriz paga o carinha do táxi e logo descemos em frente a uma casa aparentemente cheia de pessoas. Pelo barulho, é nítido que muita gente se encontra ali e suspiro antes de seguir minha amiga para o interior, após passarmos por um garoto que tranca a porta depois que entramos.

Meus olhos surpresos varrem o interior da casa e não vejo muitos móveis por perto. É como se tivessem tirado quase tudo para a realização da festa.

A sala é enorme e vejo alguns sofás onde jovens se divertem com suas bebidas e conversas altas. Uma música eletrônica toca ao fundo e me surpreendo quando uma garota com cabelo curto e tatuagens se aproxima de nós.

— Se importam de virem comigo? Lá fora está bem melhor.

— Vamos, Maitê. — Beatriz segue a garota e eu apenas caminho atrás, atravessando o mar de pessoas até a parte de fora.

Ali está bem menos abafado e o vento é refrescante quando entro em contado com ele. Como é uma área descoberta, muitas pessoas se aglomeram ao redor de uma fogueira enquanto bebem, fumam e conversavam. Confesso que ali está bem mais calmo que lá dentro, e aprecio isso.

A garota de cabelo curto se afasta até uma roda de pessoas enquanto me achego com Beatriz ao redor da fogueira. Sentamos sobre um tapete no chão e não demora muito para minha amiga conseguir socializar com as pessoas ali. Eu me surpreendia com a capacidade que ela tem para fazer amigos, ao contrário de mim que apenas digo meias palavras e fico tentando me encaixar.

De toda forma, o ambiente se torna divertido e acabo dando altas risadas quando um cara qualquer conta uma piada ruim. Seu rosto não me é estranho, mas aposto que é apenas uma sensação sem sentido.

Franzo o cenho quando ele conta uma história engraçada envolvendo um tal Igor.

Será que...?

— Falando de mim não é, Jefferson? O que eu perdi? — um garoto se aproxima da roda e acerta Jefferson de brincadeira. Meus olhos finalmente clareiam com o entendimento quando os reconheço. São os melhores amigos do Joaquim!

E se eles estão ali, então...?

— Chegamos na hora certa. Onde estão as bebidas?

Paraliso ao reconhecer essa voz.

Romance ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora