Capítulo - 47

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Seattle – Janeiro/2014

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Seattle – Janeiro/2014

Quinze anos! Esse é o tempo que não vejo mais os olhos da minha Esposa brilharem e que não vejo mais o seu sorriso sincero e radiante. Da mesma forma que não sinto a tranquilidade e o alívio que venho tentando buscar para o meu coração e mente cansada. Apesar de estarmos seguido em frente, um dia de cada vez, não perdemos a esperança que esse martírio irá enfim acabar. No entanto, eu sei que isso só poderá acontecer no dia que encontrarmos a nossa filha e a termos na segurança e proteção de nossos braços.

Durante todos esses anos, contratei mais de dez Investigadores e sempre tenho a mesma resposta passado um tempo depois que eles estão tentando encontrar a minha filha. E cada vez que eu ouço, "Desculpe-me Senhor Steele, mas não há nada que eu possa fazer, pois não encontrei nada que pudesse nos levar até a sua filha", é como se mais um pedaço da esperança que alimento em meu peito, fosse quebrada.

– Raymond! – Levanto o olhar do meu copo e encaro a minha mãe que entrou na minha casa como um furacão, fazendo-me suspirar. – Você pode me explicar por que dispensou o Rossetti sem me consultar? – Olho para a entrada da sala e vejo Marco, aguardando o desfecho do drama da minha mãe.

– Oi, Mãe! Eu estou bem também, obrigado por perguntar. – Ela revira os olhos e coloca a bolsa sobre o sofá, cruzando os braços enquanto me encara e novamente eu suspiro, levantando e caminhando até o bar para encher o meu copo, antes de focar a minha atenção nela. – Eu não preciso da sua autorização para dispensar ou remanejar os Seguranças, Mãe. E o Marco havia me avisado que precisaria ir para Portland, visitar o Tio, pois eles têm um compromisso que não podem faltar.

– Era só o que me faltava! – Ela joga as mãos para o ar e eu apenas a encaro. – Os Empregados têm privilégios com os seus compromissos antes dos seus Empregadores.

– Mãe, a Senhora está lembrada que dia é hoje? – Ela me olha confusa e eu bebo todo o conteúdo do meu copo, sentindo o meu coração se apertar. – Hoje, faz exatamente 15 anos que o meu pai faleceu e que a minha filha foi sequestrada, então eu acredito que o dia de folga do seu Segurança é o menor dos meus problemas agora, não acha não? – Ela suspira e se senta ao meu lado, pegando a minha mão, me surpreendendo com o seu ato.

A minha convivência com a minha mãe nunca foi ou será igual a que eu tinha com o meu pai, pois ele sempre foi o meu melhor amigo e companheiro. Aquele que eu poderia contar sempre, com tudo e para tudo, diferente da minha mãe que sempre foi mais reservada em relação as suas emoções e sentimentos.

No entanto, com o passar dos anos depois da morte do meu pai, ela ficou ainda mais reclusa e eu acredito que ela não tenha de fato superado a forma que perdeu o marido, vendo-o morrer em sua frente, sendo que ela ficou um tempo, ainda muito abalada. E é por essa razão que quando ela demonstra se importar com os meus sentimentos, eu estranho um pouco as suas atitudes.

– Eu jamais me esqueceria de que dia é hoje, meu filho, mas você não acha que está na hora de superar isso? – Encaro seus olhos castanhos e analiso as suas palavras. – Eu nunca vou me esquecer do seu pai, mas ele se foi e a vida continua, por essa razão não podemos simplesmente nos prender a quem não está mais conosco. – Ela acaricia o meu rosto e me dá um sorriso complacente. – E isso serve também para a sua filha, pois você nem sabe se ela ainda está viva, ou se... – Afasto a minha mão do seu toque e me levanto a interrompendo, voltando para o bar.

Coincidências do Destino - Livro 1 - Série DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora