Capítulo - 11

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México - Janeiro/2019

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México - Janeiro/2019

Sair de Seattle estando brigado com o meu irmão gêmeo não me agradou nem um pouco, pois infelizmente - ou felizmente não sei dizer -, sempre tivemos uma conexão muito forte, a ponto de às vezes um sentir o que o outro estava sentindo, além de falar ao mesmo tempo as mesmas frases, mas com o passar dos anos e em função do meu distanciamento fez com que isso também fosse afetado, porém o incômodo no peito que eu senti quando embarquei deixando a minha família naquele aeroporto não foi o suficiente para me fazer ligar para Caleb e me desculpar por ter sido um idiota naquele almoço há quatro meses.

Vocês não entenderam errado, eu estou há quatro meses na Ciudad do México e não falei com os meus irmãos uma única vez sequer, atendendo apenas algumas ligações da minha mãe para ela saber que eu estou vivo e na medida do possível bem, porém hoje eu percebo que o fato de estar em Seattle ou em outro País não fará eu me sentir melhor, pois o problema não é o lugar em que estou e sim o vazio que sinto dentro de mim e, isso me acompanhará a qualquer lugar que eu for.

Engana-se o homem - ou qualquer outra pessoa - se achar que "fugir" é a melhor decisão para esquecer o seu passado, pois infelizmente ele faz parte de quem você foi. Transformando-o no que é e, moldando o que virá a ser no futuro, mas eu percebo também com esse tempo que eu estou longe, que tudo depende das escolhas que eu faço para a minha vida, mas como o fracassado e quebrado que sou eu optei em me esconder atrás de uma máscara fria e sem emoção, para não acontecer de quebrar ainda mais os pequenos fragmentos do que sobrou da minha dignidade e coração.

Eu tenho total ciência que a minha família não tem nada haver com tudo que passei, pois mais uma vez, foi tudo por escolhas que eu fiz no caminho, mesmo sendo as erradas, mas a vergonha por não tê-los escutado, fazendo-os sofrer por cada palavra dura que foi proferida por mim direcionada a eles, o sofrimento que eu fiz cada um deles sentir por minha culpa e até mesmo as acusações que fiz contra os meus irmãos - principalmente ao Richard - não me permitem voltar a ser o que éramos antes, justamente por eles não merecerem passar por tudo novamente vendo no que eu me tornei.

Injusto? Eu sei que posso estar sendo! Porque eu sei que estou os magoando, mas eu simplesmente não consigo quebrar as barreiras que eu mesmo levantei para tentar "superar" e "recomeçar" e sigo dia após dia, sendo esse homem oco, uma casca daquele jovem que um dia eu fui e que possivelmente eu nunca mais voltarei a ser, até porque aquele garoto tinha sonhos emocionalmente falando que eu sei não serem possíveis de alcançar, não para um homem como eu, pois eu não conseguirei mais confiar em outra mulher que tentar se aproximar de mim, sem me lembrar de tudo que a Débora fez comigo.

Devo confessar que se eu não estivesse com o celular dela em mãos, vendo as suas trocas de mensagens, eu até poderia ainda acreditar que tudo foi um "deslize" da parte dela quando engravidou de outro homem, mas esses seriam pensamentos do garoto sonhador do passado, pois o homem de hoje, percebe o quanto uma mulher pode ser cruel se ela quiser ser. Eu não vou generalizar e dizer que todas são realmente assim, pois não sou idiota a esse ponto, mas o medo de tudo se repetir e ser mais uma vez manipulado, será o meu lembrete constante para não cair novamente nessa ladainha do amor.

Coincidências do Destino - Livro 1 - Série DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora