Capítulo - 79

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Depois de alguns segundos do susto inicial, apesar de saber que isso uma hora ou outra iria acontecer, eu respiro fundo e encaro o rosto sério, porém posso ver que também está aflito a minha frente, sem sua pose arrogante ou maldosa como vi naquel...

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Depois de alguns segundos do susto inicial, apesar de saber que isso uma hora ou outra iria acontecer, eu respiro fundo e encaro o rosto sério, porém posso ver que também está aflito a minha frente, sem sua pose arrogante ou maldosa como vi naquela Boate. E, mais uma vez as palavras do Padre Lutero vêm a minha cabeça, quando ele dizia que "Antes de tomar qualquer decisão precipitada, devemos ouvir antes de falar e somente assim poderemos julgar ou não as atitudes de uma pessoa", por essa razão eu sorrio para Belinda, que ainda aguarda a minha resposta.

– Está tudo bem, Belinda, irei atendê-lo, obrigada. – Ela me olha desconfiada, mas assente se retirando e fechando a porta. Suspiro e volto a olhar para o homem a minha frente. – Ouvirei o que você tem a me dizer, Edgar, mas se a razão para vir até aqui, tem a intenção de denegrir a imagem do Christian, acho melhor você dar meia volta, pois irá perder o seu tempo.

– Muito justo, mas garanto que venho em paz.

– Sendo assim, sente-se, por favor, e me conte a razão da sua visita. – Ele suspira e se senta e só então percebo que há um envelope preto em sua mão, que o coloca sobre a mesa.

– Primeiro eu quero me desculpar por aquele dia...

– Essas desculpas devem ser direcionadas ao Christian e não a mim, Edgar.

Sei que estou sendo um pouco rude, mas quando me lembro de como o meu namorado ficou por causa dele, é um pouco difícil controlar, mas ele me dá um sorriso, sem provocações ou insinuações e sim verdadeiro, o que muito lembra o sorriso da Eloise e do Pietro.

– Agora entendo o porquê de o Christian ter deixado o passado para trás e se rendido a você. – Franzo o cenho e não contenho a pergunta que simplesmente salta por meus lábios.

– O que você está querendo dizer com isso? – Seu sorriso se amplia, sentando-se mais relaxado e confortável na cadeira.

– A primeira vista você parece uma menininha imatura, frágil e tão delicada como uma flor, mas basta passar alguns minutos na sua presença, que é muito fácil perceber que na verdade você é forte, determinada e que está pronta para mostrar seus espinhos, apenas para defender a quem você julgar merecedor de sua defesa, mesmo que essa pessoa possa não ser digna dela. – Sinto o meu rosto esquentar, mas mantenho-me firme diante o seu olhar perscrutador, além de ver sua clara insinuação mesclada ao que deveria ser um elogio.

– Você pode ter razão quanto ao fato de eu querer defender quem pode não ser digno, considerando que eu fiz isso em relação a você. – Seu sorriso vacila e vejo culpa em seus olhos, mas não sei o motivo e continuo. – A primeira vista, você parece ser um homem determinado, forte e que usa a provocação e o sarcasmo como uma máscara de proteção, mas sabe o que eu realmente vejo? – Pergunto retoricamente, pois não o deixo responder. – Eu vejo um homem que carrega muita tristeza no olhar e que também foi machucado no passado. Um homem que se permitiu ser enredado por mentiras de uma mulher vil que manipulou tanto a sua cabeça, que isso afetou a sua capacidade de julgamento e decisão própria, a ponto de não medir palavras para tentar afetar e condenar uma pessoa que foi a maior vítima de suas acusações infundadas, mesmo eu não sabendo até que ponto você também foi uma vítima dessa história.

Coincidências do Destino - Livro 1 - Série DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora