Capítulo - 05

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Portland - Maio/2017

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Portland - Maio/2017

Desde o dia que eu conversei com a Tia Ângela e o Padre Lutero há três anos que a convivência em nossa casa não ficou da mesma forma, pois Thaís se tornava a cada dia que passava uma pessoa mais amargurada, raivosa e revoltada, a ponto de sair de casa há um ano sem nem mesmo avisar a mãe para onde estaria indo. Ela simplesmente arrumou uma mala, pegou um dinheiro que tinha guardado e não voltou mais e, a única coisa que ela disse para a mãe foi um "Até qualquer dia desses" e pronto.

Eu sei o quanto isso machuca a minha Tia, pois por mais que ela me ame como se eu fosse sua filha, eu sei que não substituirei a sua filha em seu coração e, eu jamais desejaria fazer isso, no entanto nesse mesmo dia, eu senti como se eu fosse à causadora por separar mãe e filha dessa forma e, sem perceber eu estava de cabeça baixa chorando quando senti uma mão segurar o meu queixo me fazendo encarar os olhos bondosos do Padre Lutero e jamais irei esquecer as suas palavras.

- Nunca, jamais baixe a cabeça para nada e nem ninguém, principalmente por uma situação que você não tem culpa. - Ele se sentou ao meu lado e segurou as minhas mãos e depois de controlar o choro eu consegui falar algo.

- Eu sei que não sou, culpada Padre Lutero, mas por que o meu coração insiste em doer dizendo que se não fosse por mim, Tia Ângela não estaria trancada nesse momento chorando em seu quarto?

- Porque o seu coração é bonito demais para não se sentir condoída com as atitudes da Thaís, Filha. - Ele sorriu e acariciou o meu rosto. - Você tem um coração muito puro para guardar mágoas por todas as palavras cruéis que a Thaís falava para você e ainda sente que poderia ter feito algo para que ela não saísse de casa. - O meu choro se intensificou, pois era assim mesmo que eu me sentia, como que se eu tivesse feito mais, tudo poderia ter sido diferente. - Por isso, Anastásia, você está se sentindo dessa forma, mas não se preocupe, pois ninguém desloca um único passo se não houvesse um motivo ou a permissão de Deus e, cada um tem o seu caminho e um destino a seguir, onde nós só saberemos se ele será bonito ou tortuoso quando chegarmos lá.

- Eu não queria que a Tia Ângela estivesse sofrendo dessa forma, Padre Lutero, ela só tem a filha e agora, não tem mais ninguém.

- Você está enganada, minha querida, ela tem você também. - Eu olhei em seus olhos e ele me deu um sorriso reconfortante. - Nunca mude esse seu jeito de ser, minha Filha, nunca perca essa bondade do seu coração, mas não permitindo que ninguém a humilhe por isso. Nunca deixe de ter essa pureza que você carrega no olhar, mas não permitindo que se aproveitem da sua humildade. - Eu assenti e ele continuou. - Nunca pense que alguém é melhor do que você apenas por ter uma condição financeira melhor que a sua ou que você possa ser melhor que alguém, todos somos iguais, cabe a cada um de nós demonstrarmos os nossos valores, com honestidade, integridade e sempre diga a verdade, mas seja capaz de ouvir quando for necessário ou falar se lhe convier, mas seja também capaz de perdoar para ser perdoada, me promete isso? - Eu analisei as suas palavras e não pensei duas vezes em minha resposta.

Coincidências do Destino - Livro 1 - Série DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora