Capítulo - 74

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Por muito tempo eu não queria nada mais que o silêncio, onde apenas a minha mente barulhenta não me dava trégua, mas nesse momento, tudo que eu menos queria era esse silêncio ensurdecedor que permanece dentro do carro, ainda mais quando os meus pe...

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Por muito tempo eu não queria nada mais que o silêncio, onde apenas a minha mente barulhenta não me dava trégua, mas nesse momento, tudo que eu menos queria era esse silêncio ensurdecedor que permanece dentro do carro, ainda mais quando os meus pensamentos tentam me levar para lugares que não pretendo mais permitir chegar, fazendo-me lembrar do passado e o quanto ele ainda insiste em me atormentar.

Aperto Anastásia em meus braços – que não a soltei nem para colocarmos o cinto de segurança – e suspiro, beijando os seus cabelos, mas é inevitável não me lembrar das palavras que ela disse ao Edgar, o que não vou negar que serviram para mim também, afinal, ela está correta ao dizer que somos adultos e não mais dois jovens imaturos que tinham problemas na Universidade.

No entanto, as palavras mordazes do Edgar ao me acusar de coisas que, obviamente, eu não fiz, faz-me concordar que pelo visto fomos os dois manipulados por aquela mulher. Mas em exatamente o quê? Por que o Edgar me acusa de ser um homem sem escrúpulos, que se sujeita a fazer trabalhos sujos, quando claramente ele sabe que recusei o desenvolvimento do projeto do Senador Salazar, justamente por ser algo duvidoso?

Pela segunda vez ele disse que eu destruo as pessoas e que a próxima a ser destruída por mim, seria a Anastásia. Agora com base em quê ele disse aquilo com tanta convicção? Quando eu tenho plena certeza que antes de destruí-la, eu destruiria a mim mesmo, sem hesitar. Inferno! Como eu pude perder o controle daquela forma, a ponto de sufocá-lo?

E se não fosse por Anastásia ter me impedido, eu teria continuado e não vou negar que isso esteja me atormentando nesse momento, pois eu nunca fui uma pessoa violenta, com a exceção de ter agredido o meu irmão por causa daquela mulher, que foi uma desgraça na minha vida, mas como hoje? Não! Eu nunca senti tanta raiva, tanto ódio acumulado a ponto de não reconhecer a mim mesmo. A ponto de não medir minha força ou pensar nas consequências das minhas ações, nas quais eu sei que iria me arrepender amargamente depois.

Por outro lado, quando me lembro das palavras dele, dizendo que possuiria Anastásia. As suas insinuações sobre eu deixá-la entediada e que ela estando comigo é perca de tempo, faz o meu sangue bombear tão rápido nas minhas veias que me sinto sufocado e me arrependo de não ter socado aquela cara cínica dele, pelo menos uma vez.

– Christian! – Anastásia toca o meu rosto e faz com que eu olhe para ela, mesmo estando pouco iluminado dentro do carro. – Pare de pensar nisso!

– O quê? – Pergunto confuso com seu tom imperativo, mas ela coloca a mão no meu peito e suspira.

– Seu coração acabou de acelerar ainda mais e você está rangendo os dentes. – Sinto meu maxilar doer e respiro fundo, tentando me controlar. – Não deixe as palavras do Edgar, afetá-lo dessa forma. É passado e você disse que havia deixado isso para trás.

– Não foi o que ele disse sobre o passado que me deixou irritado e sim sobre... – O que disse que faria com você, mas completo apenas em pensamento. – Você tem razão. Desculpe-me se eu te assustei, mas eu fiquei fora de mim, não vou negar. – Ela nega com a cabeça e volta a se acomodar em meu peito, suspirando profundamente.

Coincidências do Destino - Livro 1 - Série DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora