Capítulo - 55

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A curiosidade é algo que não me orgulho muito de admitir que eu tenha em demasia, pois isso já me colocou em situações um pouco comprometedoras, mas que tiveram algum benefício também, como no dia que ouvi a conversa do Padre Lutero com a tia Ânge...

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A curiosidade é algo que não me orgulho muito de admitir que eu tenha em demasia, pois isso já me colocou em situações um pouco comprometedoras, mas que tiveram algum benefício também, como no dia que ouvi a conversa do Padre Lutero com a tia Ângela, mas foi graças a isso que eu comecei a trabalhar na Dress For Less e pude ajudar com as despesas de casa. E também o dia que eu ouvi o Christian conversando com o seu amigo, Aleksander, o que por um momento eu acreditei que a pessoa que ele odiasse fosse eu, mas depois ele deixou claro que era sobre a Vanessa que estavam falando e foi nesse dia que Christian disse que havia se apaixonado por mim, assim como eu estava apaixonada por ele e hoje, estamos namorando.

Mas desde aquele dia que algo tem me intrigado e entre tantos acontecimentos foi ficando no esquecimento, mas não seria eu, se deixasse isso de lado, ainda mais por querer entender por que a Vanessa disse que Christian seria seu futuro marido, o que obviamente era mentira, ainda mais por já ter ficado claro que eles não têm um bom relacionamento, como pude presenciar naquele encontro no Restaurante.

Posso estar sendo intrometida por querer saber algo que tecnicamente não seria da minha conta, mas passou a ser quando começou a me incomodar, ainda mais se tratando do meu namorado. E é por essa razão que assim que subimos para o quarto, que não pensei antes de perguntar de uma vez por todas e sem rodeios.

– Christian, por que a Vanessa me disse àquela vez que você seria o futuro marido dela? E o que aconteceu para você demonstrar ter tanta aversão por ela?

Por um momento ele fica sem reação, obviamente não esperando que a minha pergunta fosse tão direta e sobre algo que não me diz respeito, mas se eu quero saber, pergunto de uma vez e pronto, claro que ele está no direito de não responder nada, mas espero que ele o faça.

Ele pisca algumas vezes se recuperando do choque inicial das minhas perguntas e após respirar fundo, retirar a gravata e o paletó, colocando-os sobre a mesa, ele se senta no sofá que há em seu quarto, estendendo a mão para que eu me sente ao seu lado. E depois de alguns minutos apenas me olhando, começa a falar.

– Quando eu voltei de Boston, eu arrendei pelo período inicial de 60 meses, um Estaleiro em Olympia, para executar os meus projetos. Nessa época, eu ainda não havia construído a minha Empresa e ficava a maior parte do tempo no Escritório que havia no local, apenas para não ter que vir para casa. – Ele respira fundo e vejo que se lembrar de quando ele se afastava de sua família ainda o machuca, mas não o interrompo. – O proprietário sempre demonstrou ser um homem justo e honesto, mas devido a sua saúde não ser como antes, o Estaleiro estava praticamente abandonado, mesmo tendo dois filhos, no entanto nenhum dos dois demostravam interesse em seguir com os negócios do pai. Alguns meses depois que o Estaleiro estava em funcionamento, ele me ofereceu a possibilidade de comprá-lo, caso assim eu desejasse e fizemos um adendo ao contrato de arrendamento, pois era óbvio que eu queria ter o meu próprio Estaleiro.

– E você o comprou? – Ele pega a minha mão e começa a acariciar o dorso, confirmando com a cabeça.

– Comprei sim, mas não de imediato. – Eu assinto e ele continua. – Porém alguns meses depois, Sebastian, o até então proprietário do Estaleiro, foi hospitalizado vindo a falecer logo em seguida e os herdeiros mais uma vez não fizeram questão de nem mesmo ficar por dentro da negociação do imóvel. No entanto, o adendo que ele mesmo propôs, como se já soubesse que não tivesse muito tempo de vida, me dava à possibilidade de comprar o local antes de encerrar o período de arrendamento. – Assinto novamente para ele saber que estou prestando atenção. – Eu entrei em contato com os herdeiros e o filho mais novo não hesitou em aceitar a minha oferta, sendo que nem no País ele morava, mas a irmã mais velha, além de não aceitar a proposta inicial, começou a frequentar o Estaleiro, sendo muitas vezes inconveniente, mas não irei entrar em detalhes sobre isso. – Quem respira fundo agora sou, pois sinto que não irei gostar de ouvir o resto da história por imaginar sobre quem ele está se referindo. – E não satisfeita com as minhas recusas, ela me fez uma contraproposta, querendo consolidar uma possível Sociedade, onde a única beneficiada seria ela, obviamente, pois depois eu descobri que ela estava a ponto de decretar falência em sua Empresa e perder a casa por estar com a hipoteca atrasada e mais uma vez eu recusei e estava decidido a encerrar o contrato se assim fosse necessário, mas por fim, eles aceitaram e o Estaleiro passou a ser definitivamente meu.

Coincidências do Destino - Livro 1 - Série DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora