Capítulo - 81

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Quando se é jovem tudo parece tão complicado, quando na verdade somos nós que procuramos as complicações com as próprias mãos

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Quando se é jovem tudo parece tão complicado, quando na verdade somos nós que procuramos as complicações com as próprias mãos. A dificuldade em decidir sobre a Universidade, as amizades que às vezes não são bem vistas pelos pais, os lugares exóticos - para não dizer proibidos para menores de 21 anos - e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Tudo isso por rebeldia desnecessária que era mais forte do que eu conseguia controlar.

Ser a ovelha negra da família, quando se é o filho mais velho é ser considerado uma verdadeira decepção para um pai tradicional que acreditava ter seu legado seguido por seu primogênito, mas a questão é que nem eu mesmo fazia ideia do que queria para minha vida. Se eu queria ser um Guitarrista de uma banda, Professor de Educação Física, um Advogado ou um Engenheiro Naval, como o meu pai e o meu avô.

A questão é que eu não queria pensar nisso aos 17 anos, a única coisa que eu queria era terminar o ensino médio e ficar fora de uma sala de aula, não tendo que me preocupar em ficar mais quatro ou cinco anos preso em aulas, provas, trabalhos e professores irritantes no meu ouvido, mas meu pai não pensava assim e por essa razão vinha às discussões, obrigando-me a sair de casa e encher a cara no Boteco do Mason, que ficava em Eastside, subúrbio de Seattle.

Dou risada ao me lembrar da espelunca na qual ele servia bebidas e sempre tentava me expulsar por ser menor de idade, mas por fim, nos tornamos amigos e ele me deixava ficar pelo tempo que eu quisesse e ainda ouvia meu lamento com os desentendimentos com o meu pai, o olhar choroso da minha mãe e minha irmã e a carinha assustada do meu irmão caçula que era sensível demais para as brigas em nossa casa.

Não me orgulhava de enfrentar o meu pai, o que eu entendia que ele estava apenas preocupado com o meu futuro, mas ele também poderia entender e respeitar as minhas decisões, afinal, esse era o sonho dele e não o meu naquele momento, apesar de que eu não posso negar que de fato, sempre gostei de ver o que ele era capaz de criar e construir, ainda mais vendo seus barcos e navios em alto mar, mas como eu disse: ainda não era o meu momento.

Lembro-me claramente de um dia que eu cheguei ao Bar do Mason, tarde da noite e irritado por mais uma discussão descabida com o Senhor Hector Johnson, por exigir que eu enviasse minha carta de solicitação para admissão nas Universidades e mais uma vez não deu em nada, a não ser gritos e vidros quebrados pela sala, mas são lembranças que me fizeram ser o que sou hoje e jamais deverão ser esquecidas.

Seattle - Maio/2009

- Você de novo, Moleque? - Ele suspira e abre a porta de metal para que eu pudesse entrar. - Se eu for preso por estar atendendo um playboyzinho mimado e menor de idade, você vai ter que se virar e me tirar de lá, está ouvindo? - Eu sorrio sem muita emoção e assinto.

- Se você for preso por minha causa, Mason, eu peço para trocar de lugar com você. E, acredite, meu pai ficaria muito feliz em não ter que perder mais tempo com um vagabundo mimado como eu. - Dou de ombros e me sento na banqueta do balcão, vendo-o suspirar.

Coincidências do Destino - Livro 1 - Série DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora