O fim do nosso acordo.

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Pov. Lia

Passar a noite no meu antigo apartamento foi melancólico. Estava tudo do jeitinho que eu deixei desde que me casei.

A noite foi bem mais longa do que eu esperava, pra onde eu olhasse eu só conseguia enxergar aquele olhar do Léo pra mim. Um olhar rancoroso e perdido que estava me matando por dentro.

Eu só chorava e via as notícias pelos sites de fofocas sobre a esposa selvagem e ciumenta do senhor Price que foi presa por agressão ao ser traída na própria casa.

Eles me achavam uma louca ciumenta. Mal sabiam os meus verdadeiros motivos.

Mas eu ainda tinha coisas pra acertar. E não estava com medo de ser presa novamente.

[...]

Era de tarde quando eu cheguei no hospital. Parecia tudo bem calmo e eu fui o mais discreta possível.

Brendom conseguiu pra mim o número do quarto e o andar que a naja estava instalada. E eu dei meu jeitinho de passar despercebida por todos.

Quando entrei em seu quarto ela estava sozinha e dormindo. Tinha uma faixa enrolada em sua cabeça, um curativo enorme no nariz, e o rosto todo roxo. Seus braços e o pescoço estavam marcados também.

É, eu tinha feito um belo trabalho nela. Eu sorri com aquela cena.

Assim que entrei, fechei a porta atrás de mim com força o bastante pra que ela acordasse. E funcionou.

A Toshiro abriu os olhos, e quando me viu arregalou eles assustada.

-Segur... - antes que ela completasse a palavra eu já estava ao seu lado tampando sua boca.

-Vamos conversar de boa, sem você gritar, e eu saio daqui rapidinho. - falei apertando mais forte a mão em seu hematoma na bochecha - Se você berrar, eu te quebro de novo e você vai ter que refazer seu nariz pela terceira vez. Entendeu?

Ela me olhava em choque, mas assentiu com a cabeça e então fui tirando a mão da boca dela aos poucos.

Ela não disse nada só ficou me olhando. É, acho que a surra tinha assustado ela.

-Achou mesmo que eu não ia descobrir que foi você? - perguntei.

-Não sei do que está falando.

-Eu arrebento você de novo se mentir pra mim, com essa carinha de sonsa, e ainda saio daqui presa de novo numa boa. - eu cerrei os punhos relembrando a tortura psicológica que ela me fez passar. - Théo. Foi você. As ameaças, as ligações, mensagens... Você sequestrou e trancou o meu sobrinho De 1 ano e meio em um ferro velho por mais de 6 horas, e me ameaçou por mais de 10 dias.

E então sua carinha de assustada desapareceu dando lugar a um olhar frio, e um sorriso psicótico.

Ela era uma ótima atriz quando queria se fazer de coitada.

-Você é mais esperta do que eu pensava - ela sorriu com a boca inchada.

-Não, você é que me subestimou. Achou que ia me ameaçar e eu não ia atrás de você? - eu me inclinei mais sobre ela observado seus machucados - Você não me conhece Kira, não sabe do que eu sou capaz. O que eu fiz com você, não chega nem perto do que eu teria feito se você não tivesse tido ajuda.

-Acho que no final das contas nos duas nos subestimamos, não é? - ela me encarou na mesma intensidade - Quem diria que você seria capaz de quase matar alguém.

-Quase... - repeti a palavra com amargura - Agradeça por estar no hospital, eu ia te mandar pra outro lugar.

O necrotério.

-A verdade Thalia, é que você não ganhou - ela falou se esforçando pra sentar na maca - Eu não vou parar até conseguir o que eu quero. Se ele não ficar comigo, não vai ficar com mais ninguém.

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