Você é o diabo.

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O Monk era completamente o contrário da visão que eu criei dele assim que o vi quando desci do carro.

O cara era um bobão.

Definitivamente vivia no mundo da lua.

Ele sorria o tempo todo como se tivesse pensando na morte da barata, acenava pras crianças que passava por ele e fez uma amizade muito rápida com Alice. Doido com doido da certo né.

Me indignei quando entramos nas lojas e ele começou a ajudar a Alice a escolher as roupas para mim, escolhendo entre um casaco azul e bege ou uma bota cano curta ou longa.

-Eu amo essa música! – ele disse no meio do shopping enquanto segurava dezenas de sacolas e Alice o encarou boquiaberta.

-Não acredito, eu também! – ela saltitou empolgada.

Os dois começaram a cantar I believe i can fly no meio da porra do shopping.

-Eu não acredito que to vivendo isso – disse querendo morrer de vergonha.
Queria que um guarda de shopping me atropelasse agora mesmo com aqueles patinetes pra ver se eu batia a cabeça no chão e desmaiava.

Era surreal a minha falta de sorte. Da onde o Léo tirou esse cara?

-Vamos escolher um vestido pra você – disse Alice entrando na décima loja.

Eu precisava mesmo de um vestido, pois tenho a festa do Brendom hoje à noite.

Alice me deu dezenas de vestidos para provar. Toda vez que eu saia do provador ela e Monk estavam sentados no sofá da loja com plaquinhas de 0 a 10.

-Zero, você esta parecendo um pavão – disse Monk cruzando as pernas.

-Ele tem razão – Alice levantou a plaquinha 0, para o vestido que eu provei.

Eu bufei me corroendo de raiva. O que eu fiz pra Deus?

Ah, me lembrei, usei o sagrado matrimônio para quitar minhas dívidas. Já entendi.

Bom, no meio dos vestidos que sobraram eu achei um que gostei. Era um preto brilhante, um pouco curto, ele marcava todas as minhas curvas e tinha um decote generoso, além de ser chique e sexy.

Quando sai do provador com este vestido os dois bocós deram plaquinha 10 e aplaudiram.

-Adorei! Ficou ótimo. – Disse Alice batendo palminhas.

Eu voltei para o provador e coloquei minha roupa de volta. Quando sai os dois escolhiam sapatos pra mim.

-Eu preciso ir ao banheiro – disse e o Monk logo se prontificou do meu lado.

-Vou junto – ele disse.

-Monk – eu disse respirando fundo – Só vou fazer xixi. Quer entrar comigo e me secar também?

Ele riu, mas logo em seguida ficou sério de novo fechando o rosto.

-Eu vou junto. Patrão me pediu para não deixa-la sozinha. – disse ele com a voz grossa e cruzando os braços.

Eu bufei. Leonardo me paga.

Do jeito que ele é, deve ter pedido para o Monk ir até dentro do banheiro comigo pra ver se eu não vou fugir pela descarga. Ah eu conheço bem o babaca que ele é. Mas não vai ficar assim.

Eu fui até o banheiro, o usei, e fiquei encarando a porta enquanto me vinha uma ideia na cabeça. Antes de sair do banheiro destranquei a porta e guardei a chave em meu bolso. Monk estava parado olhando para o teto quando sai.

-Alice, posso falar com você? – disse reajeitando minha voz para parecer calma.

-Claro. – ela veio até mim – Monk continue escolhendo os sapatos, já volto.

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