Sem estresse

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Pov. Lia

-Chamei todos aqui pra esclarecer umas coisinhas. - comecei.

A minha frente estavam sentados no sofá, Brendom e tia Márcia. Em pé encostado na parede estava Leo de braços cruzados todo emburrado.

-Decidi passar um período aqui em Renton, e eu preciso que colaborem comigo. Brendom faz parte da minha vida e vai estar presente sempre que quiser. Leonardo vai ficar comigo durante todo esse tempo. - avisei aos três - Então não quero brigas. Aquilo que rolou naquela noite nunca mais vai acontecer de novo. Sem brigas, sem soco, sem gritaria, sem estresse...

-Eu não vou fazer clube da luluzinha com esse otário - Leonardo avisou antes que eu terminasse de falar.

-Se ele chegar perto de mim de novo eu não respondo pelos meus atos - Brendom avisou ajeitando o óculos escuro, pra disfarçar o olho inchado.

-Quer outro olho roxo pra combinar com esse que você já tem?

-Cai dentro então... - Brendom ia se levantar, mas a mãe dele o pegou pela manga da blusa o sentando novamente no sofá.

-Parem! - eu dei um grito - Eu disse sem estresse!

-Não ouviu o que ela falou? - Leonardo acusou Brendom - Você esta estressando o meu filho!

-Ah vai a merda - Brendom retrucou jogando a almofada em cima dele. - É o meu sobrinho, ele tem que entender como as coisas são aqui fora.

-Cala a boca vocês dois - Tia Márcia disse ficando de pé. - O que Thalia esta querendo dizer, é que ela precisa de paz nesse momento. Não pode passar estresse nessas primeiras semanas da gestação, e ela quer os dois presentes nessa fase importante, porque ela os ama. É difícil entender?

-O difícil é aceitar - Leonardo resmungou.

Deu as costas a nós três e subiu as escadas irritado.

Eu suspirei.

-Então eu vou ser tio e você não pensou em me contar? - Brendom perguntou.

Ele estava magoado com isso.

-Eu não tinha contado nem para o pai, como ia contar a você?

-Dane-se o pai. Eu sou seu melhor amigo! - explicou como se fosse óbvio.

Com ciúmes, ele também levantou e foi embora batendo a porta da sala.

Eu respirei fundo. Não era pra essa conversa ter sido desse jeito.

-Eles vão se entender - minha tia pôs a mão no meu ombro me reconfortando. Eu achava bem difícil isso acontecer. - Agora vem aqui que a vovó fez um bolinho pra esse neném!

Disse me puxando pra cozinha.

Eu ainda estava estranhando falarem assim comigo. Fazia as coisas parecerem mais reais.

Tia Márcia teve um chilique quando chegou aqui em casa hoje, e eu disse com todas as palavras "Sim, estou mesmo grávida". Pensei que ela fosse desmaiar.

-Vocês dois voltaram então? - ela perguntou enquanto me servia um pedaço do bolo.

Hoje de manhã Leo comprou os remédios que a médica tinha receitado, e eu estava me sentindo um pouco melhor.

-Não exatamente - disse remexendo no bolo - Não tivemos tempo pra conversar sobre nós ainda.

-Vão ter bastante tempo.

Eu comi o bolo e sob protestos fui trabalhar.

Leo não queria que eu fosse e nem minha tia. Mas mesmo estando mal nesse início de gravidez e tendo vários sintomas, eu estava me sentindo melhor. E gravidez não é doença.

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