Pov. Lia
3 dias depois eu estava arrumada e esperando dar o horário para assinar os papéis do meu divórcio.
Nesses dias eu tentei superar, me conformar, e entender que as coisas foram do jeito que tinham que ser. E estava tudo bem.
Léo não falou comigo desde aquele dia, não me ligou ou mandou mensagem, só sei dele através dos advogados que estão resolvendo nosso divórcio.
Eu não consegui comer desde que acordei. Estava olhando o relógio e sentindo ânsia de vômito, era o momento que eu não queria que chegasse, ou sendo mais especifica, eu me sentia como no dia que nos casamos, prestes a cometer uma loucura.
Quando deu a hora eu desci pelo elevador e dei de cara com Monk.
- Senhora Price - ele disse abrindo a porta do carro pra mim, eu sorri pra ele sem dizer nada. Só de olhar para o Monk, eu já tinha vontade de rir ao lembrar das pérolas que passei com ele. - Bom dia, estamos atrasados.
Eu entrei no carro tensa, sabendo que seria a última vez que veria o Monk, ou que seria a última vez que desfrutaria dos luxos de ser uma Price.
O caminho foi rápido, e eu estava mesmo atrasada. Quando cheguei ao fórum, meu advogado estava me esperando.
Entramos na sala de audiência e Leonardo já estava lá. Com seu advogado ao seu lado e a juíza à minha espera. Meu coração disparou quando o vi ali, evitando olhar pra mim.
O desprezo dele estava me matando.
Quando estávamos todos a mesa, a juíza deu início a audiência.
-É um casamento sem separação de bens. Mas como protocolo preciso perguntar, o titular dos bens, Leonardo Anthony Price, tem algum acordo a tentar firmar antes de assinar o divórcio? Ou posso seguir? - A juíza perguntou.
-Temos um acordo - O advogado do Leonardo entregou papéis ao meu advogado. Ele levou algum tempo para analisar tudo e circulou os termos mais importantes ao me passar.
Quando li as coisas que estavam escritas ali eu tive que me concentrar muito pra não esboçar uma reação exagerada.
Leonardo estava abrindo mão de um de seus apartamentos pra mim. Uma cobertura de dois andares avaliada em 6 milhões. 3 carros conversíveis avaliados em 1 milhão cada, uma porcentagem dos lucros da empresa dele pelo resto da minha vida, uma pensão fixa de 180 mil por mês e ainda queria me dar 5 milhões em dinheiro.
Eu o encarei sem expressão e ele não estava me olhando. Eu escrevi no papel e entreguei ao advogado.
-A senhora Thalia não aceita a proposta - meu advogado disse.
Léo e o advogado dele olharam pra mim, pela primeira vez. Ambos surpresos com a minha decisão.
-Tem outra proposta? Alguma coisa que a senhora Thalia queira a mais do acordo que Leonardo Price está a oferecendo? - O advogado perguntou olhando pra mim.
Eles pensavam que eu queria mais. Ta de brincadeira, né? Eu respirei fundo mais uma vez confiante da minha decisão.
Aquilo que ele estava me oferecendo era ridículo.
-Eu não quero nada. - Respondi olhando para a juíza - Não aceito o acordo. Não quero nada. Sem separação de bens. Só o divórcio.
Léo me olhou pasmo, sem entender porque eu fiz aquilo. Parece que o gato comeu a língua dele.
Por um momento senti raiva dele, por passar pela sua cabeça que eu iria aceitar uma loucura daquelas, ou que nossa separação era por conta de dinheiro, como se eu quisesse explora-lo.
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A Proposta
Romance[...] Eu não conseguia acreditar. Minha cabeça estava dando voltas e mais voltas. Não sei se pelos whiskys que bebi ou por essa conversa louca. Eu tinha escutado direito? Era isso mesmo que eu estava ouvindo? Esse cara que eu conhecia há minutos est...