Lua de mel - parte 3

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Acordei com o sol invadindo o quarto pela janela. Assim que abri meus olhos eu quase tive um mini infarto. A barreira que eu havia feito com os travesseiros estava espalhada pelo chão. Eu estava com uma perna jogada por cima da cintura de Léo e uma de suas mãos estava repousada sobre minha coxa. Agradeci a Jesus imensamente pelo fato dele ainda estar dormindo se não eu teria ruborizado até o ultimo pedaço da minha alma pecadora.

Depois de fazer minha higiene e trocar de roupa eu desci direto pra cozinha. Liguei a torradeira e sentei na rede da varanda enquanto esperava as torradas ficarem prontas.

Hoje estava um dia muito abafado, o sol estava queimando mais que o diabo no inferno. Isso me fez pensar se o inferno era tão quente como essa praia, porque se fosse eu estava perdida, pois eu sabia que eu iria direto pra lá quando eu batesse as botas.

Eu estava distraída quando senti um cheiro forte de queimado vindo da cozinha.

Droga! As torradas!

Dei um salto da rede e corri pra cozinha. A torradeira estava fazendo um barulho estranho e saindo fumaça. Eu me apressei e a tirei da tomada, mas a cozinha já estava empesteada pelo cheiro de queimado e a fumaça não parava de sair.

-Fogo! – Léo gritou e desceu correndo as escadas todo atrapalhado – Ta colocando fogo na casa? O que foi que você fez mulher?!

Eu segurei o riso quando o encarei. Seu cabelo estava gritando por um pente, ele estava só de cueca boxe. Eu o achei bem sexy, na verdade ele parecia meio fofo com aquela cara de perdido e os olhos ainda meio fechados de sono.

-Não fiz nada eu juro – disse erguendo minhas mãos em defesa.

Ele me ignorou e foi até a torradeira. Depois me encarou por um segundo e fechou os olhos com força.

-Você queimou a torradeira. Ela é de 110 volts e você, pois na tomada de 220. – sussurrou. -Se você tivesse prestado atenção talvez... – ele foi interrompido quando começou a cair água do teto.

A fumaça tinha subido o bastante para o alarme de incêndio ter acionado os sprinklers de teto, e agora estávamos basicamente tomando banho na cozinha. Era como se estivesse chovendo dentro de casa.

Leonardo abriu os olhos devagar e me encarou enquanto nos dois ficávamos ensopados. Pensei que ele fosse me matar só com o olhar e eu juro que vi uma veia saltar do seu pescoço quando ele percebeu que seu cabelo estava colado na testa.

Eu dei um sorrisinho amarelo pra ele.

-Não foi minha culpa, não tinha como eu saber.

Ele me deu as costas irritado e saiu resmungando em direção do quarto. Eu segurei a vontade de rir se não eu tenho certeza que ele ia dar na minha cara.

[...]

Ele passou o resto do dia de mau humor. Tentamos fazer algumas coisas pra afastar o tédio, mas não deu muito certo.

Jogamos baralho, mas quando eu vi que ele estava roubando eu taquei um vaso de flores nele. Depois fomos dar um mergulho e eu quase me afoguei porque começou a chover e o mar ficou agitado. Por fim passamos o dia vendo TV. Quando anoiteceu ele fez o jantar, disse que não ia me deixar tocar em mais nada que eu pudesse estragar.

Depois de comermos eu fui arrumar a cozinha e ele foi me ajudar.

-Você esta lavando a louça, a cozinha toda ou tomando um banho? – perguntou sarcástico.

-Quer lavar você então? – disse irritada.

-Na verdade queria saber se isso vai ser frequente na minha vida agora?

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