De volta ao lar

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Pov. Kira

-Olha essa humilhação - meu pai jogou a revista em cima da cama, onde tinham fotos dele sendo carregado pelos seguranças de Léo pra fora da inauguração. Na manchete dizia "Yamamoto o mais novo penetra da alta sociedade" - Aquele moleque passou dos limites. Ele me expôs ao ridículo, olha só, esta em todo lugar.

-Esta na hora de agir papai. Já chega, não quero mais esperar - disse decidida me arrumando pra ir embora - Cada momento que aquela selvagem passa casada com ele, ela esta se infiltrando mais naquela família, não posso deixar isso acontecer.

-Kira devemos ser cautelosos...

-O senhor tentou ser cauteloso e até agora não deu em nada. Eu vou fazer do meu jeito e depois vai me agradecer.

Eu e meu pai tinhamos maneiras diferentes de lidar com as coisas. Estava na hora de eu mostrar pra selvagem que aquele não era o lugar dela, e pro Leonardo que o lugar dele era comigo.

Eu já tinha idéias do que fazer e como fazer. Seria arriscado? Bom, bastante, mas eu estava disposta a correr o risco.

Fechei minhas malas convicta dos meus próximos passos. As coisas vão virar ao meu favor, por bem ou por mal.

-Relaxa papai, vou mandar um belo recado para Lia quando ela voltar pra casa.

[...]

Pov. Lia

Se tudo isso era um sonho eu não queria ser acordada. Foi o momento mais romântico e sincero que vivi na noite passada e nada vai apagar isso da minha mente.

Léo ter feito aquilo por mim tirou minhas dúvidas sobre ele realmente me amar ou não. Agora já sei a verdade e ainda não acredito que isso esta acontecendo de verdade.

-Vocês ficam de brincadeirinha a noite toda e depois eu que sofro aqui - Alice resmungou de ressaca.

Ela veio nos ajudar a fazer as malas, já que ontem quando era pra eu ter feito, fiquei transando a noite inteira com meu marido.

-Se eu perder o vôo por que vocês ficaram a noite toda na sacanagem os dois me pagam - disse embolando as roupas de qualquer jeito e enfiando na mala.

Ela estava fazendo uma maçaroca com aquelas roupas que eu ia sofrer quando chegasse em casa. Mas não podia reclamar, estávamos sem tempo.

-Relaxa chaveirinho, te compro uma bolsa da Chanel pra sua coleção - Léo piscou pra ela tentando compra-la, mas ele fez beicinho pra ele.

-Não me chama assim.

Eu ri. Ela odiava que ele a chamasse de chaveirinho por causa do seu tamanho.

Terminamos de arrumar as malas e fomos encarar as longas horas de vôo de volta pra casa.

Matt estava derrubado de ressaca junto com Alice que dormiu o vôo inteiro, foi a primeira vez que eu o vi tão quieto, as únicas vezes que o escutei falar, foi pra avisar que ia vomitar. Nem consigo imaginar o que eles não devem ter feito na noite de ontem pra estarem estragados assim.

Léo como sempre obcecado em trabalhar, ficou com a cara no notebook e celular o tempo inteiro. E eu fui conversando com sua mãe durante todo o caminho.

Eu estava cansada também, com sono e com fome. A bateria do meu celular acabou mais ou menos na hora que pousamos.

Chegamos em casa no horário do almoço. A viagem em Londres foi inesquecível de tão perfeita, e em pensar que eu não queria ir. Porém eu estava desejando minha cama, minhas coisas, longas horas de sono sem ter que me preocupar em me arrumar pra ir em festas, ou sorrir para fotógrafos.

-Vou tomar um banho, você pede a comida? - pedi a Léo, assim que ele terminou de descarregar as malas do carro.

-Claro meu amor.

Ele me deu um beijo e eu sai toda boba.

Ele carinhoso comigo era algo inusitado, não estava acostumada com isso, mas eu estava amando e aproveitando esses pequenos momentos.

Fiquei uns bons minutos no chuveiro pra tirar a tensão de horas naquele avião, sentada naquela poltrona. Quando sai coloquei uma roupa confortável e fui até a cozinha.

Léo estava na varanda ao telefone, vi que tinha um sanduíche no balcão que pareceu gritar meu nome. Devia ser dele, mas ele não ia se importar se eu desse uma mordidinha né?

-Hei mocinha - na hora que eu estava com a boca cheia senti ele sussurrar no pé do meu ouvido. - Acho que esse lanche tem dono.

-Não tem mais - eu ri e dei outra mordida. - Você não pode me deixar passar fome, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, nas dietas e nas gordices, lembra?

-Eu não to lembrado dessa última parte não.

-Estava nas entrelinhas do contrato - falei dando de ombros e ele riu.

-Eu já pedi a comida, deve estar chegando - ele se inclinou sobre mim mordendo o último pedaço do lanche que estava na minha mão. Na hora que ele ia me dar um beijo a campainha tocou. - Deve ser a comida.

Ele foi até la atender enquanto eu fui deixar o prato na pia. Minha barriga ainda estava roncando e eu só queria enfiar a cara num pote de batata frita.

Quando Léo voltou eu me surpreendi, porque não era a comida e sim minha irmã.

Eu levei um susto ao vê-la aqui de repente e principalmente quando ela atravessou o corredor e se jogou nos meus braços soluçando de tanto chorar.

-Alana? O que houve? - perguntei preocupada tentando abraça-la, mas minha irmã parecia sem forças. Olhei pra Léo e ele deu de ombros tão preocupado quanto eu sem saber o que tinha acontecido. O corpo todo dela tremia, ela estava gelada e eu nunca a tinha visto chorar daquele jeito, ela mal conseguia falar. - Alana! - Eu a fiz olhar pra mim pegando no seu rosto. - O que aconteceu?

-Vamos coloca-la no sofá - Leo veio me ajudar porque ela estava tão descontrola, que jogou todo peso do seu corpo em mim.

Sentamos ela no sofá e ela não parava de chorar.

-Alana por favor - eu pedi desesperada em vê-la assim e sem saber o que fazer. Peguei seu rosto de novo fazendo ela olhar pra mim. - Alana me fala o que houve.

Ela respirou fundo e disse em meio ao choro.

-É o Théo - sua voz estava trêmula - Ele sumiu, desapareceu.


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