2° Temporada: Recomeço?

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Pov. Léo

Eu estava divorciado.

Acreditem se quiser, mas eu não esperava que isso fosse acontecer nem quando propus pra aquela maluca, de nos casarmos por interesse e meses depois nos separarmos.

Achava loucura naquela época, acho loucura hoje, e sabe porquê? Por que no fundo eu sabia que ia me apaixonar por ela. Tive certeza desde o momento em que a vi.

E agora, ela quebrou meu coração.

Fez eu me apaixonar por cada parte dela, me declarar, me sentir o ser mais vulnerável do mundo por amar tanto alguém em pouco tempo, e depois.... Me pediu o divórcio.

As pessoas achavam que eu devia ter um recomeço. Recomeço? Como? Eu amava aquela desgraçada e a dor que eu estava sentindo não se comparava com nada que eu já passei em toda a minha vida.

Ela destruiu tudo que eu sentia por ela, e é uma dor que eu não desejo pra ninguém. Thalia me deu o mundo e me tirou ele na mesma proporção. Eu não consigo entrar naquele quarto, porque a cama ainda tem o cheiro dela, e eu não sei mais como dormir sozinho.

A casa ainda está com a bagunça que ela deixou. Eu amo essa bagunça. Eu preciso arrumar eu sei, mas não consigo, porque sinto que desse jeito ela ainda está aqui.

- Leonardo - Alice parou na minha frente de braços cruzados. Eu nem a vi entrar. Ela desligou a música alta que estava tocando e tirou a garrafa de vodca da minha mão. - Você precisa levantar daí e ir tomar um banho. Está parecendo um mendigo.

-Sai da minha casa! - Gritei com ela. E ela não se abalou, só ergueu as sobrancelhas.

-Você está bêbado - ela disse não perguntando, mas afirmando e revirou os olhos - São meio dia e você já está bêbado. Está acabando com sua vida.

-Que vida? - Resmunguei pegando minha vodca de volta. Thalia levou minha vida junto com ela quando assinou a porcaria daquele divórcio, não me sobrou nada agora. - Mandei você embora, quero ficar sozinho.

-Chega de ficar sozinho. Você está se afundando. - Ela puxou a garrafa de novo para si, e a colocou na mesa. - Estou preocupada. Com vocês dois. Fui no apartamento dela e não tinha ninguém la.

-Talvez ela já deva estar com outro uma hora dessas.

-Para de ser imbecil! - Alice gritou me assustando, como se aquilo tivesse a ofendido mais que um tapa na cara. - É sério Léo. No dia da audiência ela me deu a cópia da chave da casa dela. Eu fui até la no mesmo dia a noite, ela não estava. Voltei no dia seguinte, ela também não estava. Eu ligo, ela não me atende, ela não aparece a dias. Você precisa fazer alguma coisa.

-Ela me quer longe. Ela pediu o divórcio Alice, conforme-se, ela não quer saber da gente.

-Ou, talvez ela foi sequestrada igual o sobrinho dela, e você não está fazendo nada.

Eu encarei minha irmã sem saber o que pensar. Eu não conseguia pensar na verdade, o álcool estava demais.

Alice não ia parar, ela nunca parava.

-Ok Alice, vou tentar falar com ela, mas não se decepcione quando descobrir que não foi um sequestro. Agora vai embora.

Ela bateu o pé e antes de sair deixou uma chave em cima da mesa, e se foi batendo a porta atrás de si.

Eu cambaleei para o banheiro totalmente tonto. Me enfiei em baixo do chuveiro e deixei a água gelada me trazer aos poucos a sobriedade.

Coloquei uma roupa descente e sentei na minha cama disposto a ligar para ela. Mas antes, encarei o envelope na escrivaninha.

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