O inferno esta só começando

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Meu coração estava gelado e parece que o mundo parou de girar quando Alana disse aquilo. Léo e eu trocamos olhares e eu tive que me manter forte para não surtar também. Ele era meu sobrinho, e Alana era minha irmã, eu conseguia sentir o desespero dela na minha pele, em cada parte do meu corpo.

Alguns minutos depois Léo já estava ao telefone dando ordens de busca enquanto eu conversava com ela.

Ela segurava um copo com açúcar enquanto as mãos tremiam.

-Foi de repente - ela explicava - A escolinha ligou dizendo que ele não estava bem e me pediu para busca-lo. Quando cheguei lá, alguém o tinha levado antes de eu chegar.

-Alana isso não faz o menor sentido - disse com as mãos na cabeça - Como a escolinha deixou outra pessoa que não fosse o responsável leva-lo?

-Deixei o seu nome lá por segurança. Me disseram que foi a tia Thalia Price quem o buscou - ela engoliu metade do copo - Mas eu sabia que estava viajando, e eu te liguei dezenas e dezenas de vezes e só caixa postal. - ela pós o copo na mesa de centro e olhou pra mim pálida - Lia, e se estiverem fazendo alguma coisa com ele, meu bebê, e se ele estiver machucado?

Então começou a chorar e eu a abracei de novo com vontade de chorar também, mas precisava ser forte por ela agora.

Milhões de desastres passavam pela minha cabeça.

-Ele esta bem, vamos acha-lo. - disse sem ter tanta certeza. - Vamos encontra-lo.

Nesse momento Will, marido da Alana, apareceu em nosso apartamento vermelho igual um pimentão e todo suado.

-Andei todo o quarteirão e nada - disse esbaforido. Sentou do outro lado da minha irmã e ela começou a chorar mais ainda.

Léo voltou com o celular em mãos.

-Já passei todas as descrições e fotos pro meu pessoal, já tem uma equipe em busca dele, a policia foi acionada também, mas vocês que são os pais tem que fazer o registro de desaparecimento. - disse ele.

-Vamos - Will levantou do sofá puxando minha irmã - Quando mais rápido formos a delegacia mais rápido ele é encontrado.

-Eu vou andar por ai e procura-lo também - disse me levantando e Léo se pós a minha frente.

-Já tem muita gente procurando por ele, vá com sua irmã e de apoio a ela.

-De jeito nenhum - disse pegando meu celular e pondo no bolso. - Não posso ficar aqui parada enquanto ele ta perdido por ai, é meu sobrinho, eu preciso fazer alguma coisa.

Não dei tempo pra ele me impedir, Will e Alana sairão pra delegacia e Léo desceu comigo pois íamos procurar pela redondeza.

Quando chegamos no saguão do prédio a família Price toda estava lá, tão afoita quanto nós.

-Viemos assim que soubemos - minha sogra me agarrou num abraço e ela chorava de preocupação. - Vai dar tudo certo, vamos encontra-lo.

-Viemos ajudar a procurar - Matt disse com fotos de Theo nas mãos. -É bom perguntar pras pessoas na rua se alguém o viu.

-Boa Matt - Léo pegou uma das fotos.

Alice só sabia chorar junto com minha sogra, Léo e Matt estavam empenhados, então foram de carro ver se o encontravam mais a longe, talvez em outra cidade. Eu tive que quase implorar para Alice e minha sogra irem de carro também para que eu procurasse a pé.

Queria ficar sozinha. Estava em estado de choque.

Todos falavam, choravam ou perguntavam pras pessoas nas ruas e eu não sabia esboçar reação ou alguma emoção decente diante do desaparecimento dele.

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