Pov. Lia Oliver
—Esta despedida – gritou.
Eu sai daquela cafeteria puta da vida batendo o pé pela rua, enquanto mostrava o dedo do meio para meu mais novo ex-chefe tarado. Inferno, lá se vai mais um emprego. Dei de ombros como se respondesse minha própria consciência sem perceber. Não, eu não gostava de lá mesmo, ser garçonete não era para mim.
Atrapalhei-me para pegar meu celular quando ele começou a tocar.
—O que, que é? –gritei involuntariamente.
—Hmm – Ouvi o tom de voz pensativo do outro lado da linha e já sabia quem era – Mal humor detectado. Sinto o cheiro de desemprego no ar.
Revirei os olhos irritada.
—Não enche Alana!
—Foi demitida de novo? – perguntou como quem comentaria "o dia esta lindo hoje".
Ela me conhecia bem o suficiente pra saber a reposta.
—Juro que não foi minha culpa dessa vez – disse me explicando – Qual é, meu chefe apertou a minha bunda Alana. Ele merecia aquele soco!
—Droga – eu podia visualizar ela revirando os olhos do outro lado da linha nesse exato momento – Só porque eu ia te pedir para olhar o Théo esta noite, mas... Agora prefiro proteger meu filho do seu mau humor.
—Só me liga pra pedir favor, ótima irmã você e desculpa, mas hoje não tem titia Lia pra ninguém.
Sei que foi grosseiro, mas desliguei na cara dela. Eu não tava no clima para conversar com ela, Alana podia ser minha irmã mais velha, mas era tão irresponsável e louca quanto eu. E tinha me dado aquele remelentinho do meu sobrinho de 1 ano e meio que eu amava muito, mas mantinha uma distancia segura, até porque crianças e eu éramos como água e óleo. Da ultima vez que cuidei dele para ela poder trabalhar, dei calmante pro moleque dormir.
Não sei como ela tinha a coragem de me pedir para cuidar dele de novo.
Foi pensando nisso que percebi ao atravessar a rua que estava começando a chover e eu não tinha nem um guarda chuva. Ótimo. Hoje não era o meu dia.
Procurei o primeiro lugar aberto aquele horário e entrei para me abrigar da chuva. Ótimo! Um bar era disso que eu precisava. Sentei-me desabando naquela cadeira e pedi uma bebida bem forte enquanto começava a refletir sobre o que eu iria fazer da minha vida agora... São tantas contas a pagar, tantas dividas.
Eu estava tão ferrada.
—Uma dama bebendo uma dose tão forte de Whisky! – o barman barbudo comentou depois da minha segunda dose. Eu o ignorei enquanto mexia na minha calculadora e fazia as minhas contas. – Eu conheço você, trabalhava na cafeteria do Nelly não é? Ele falava de você.
Ergui os olhos da minha calculadora e o encarei.
—Ah ele falava, é? - trinquei os dentes de raiva. - Da próxima vez que falar com ele, mande-o descer para o inferno de escorregador, eu agradeceria.
—Eu poderia te oferecer um emprego aqui... – ele disse rindo – Mas não garanto que não faria o mesmo que ele fez com você! – deu uma piscadinha safada pra mim enquanto encarava meus peitos.
Minha blusa estava começando a ficar transparente por causa da chuva. Joguei o liquido que tava no meu copo diretamente na sua cara. Serio que idiota machista.
Levantei pegando minha bolsa enquanto escutava ele gritar pra que eu voltasse e pagasse a conta se não ele viria atrás de mim. Ah mas eu queria que ele viesse mesmo, aquele desgraçado, eu ia soca-lo igual soquei o meu antigo chefe.
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A Proposta
Romance[...] Eu não conseguia acreditar. Minha cabeça estava dando voltas e mais voltas. Não sei se pelos whiskys que bebi ou por essa conversa louca. Eu tinha escutado direito? Era isso mesmo que eu estava ouvindo? Esse cara que eu conhecia há minutos est...