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"Está na sua boca e no seu beijo.
Está no seu toque e em seus dedos.
E em todas as coisas e outras coisas.
Que fazem você quem você é.
E seus olhos, irresistíveis -" Irresistible" - One Direction.

*

Minha cabeça doía, meu corpo doía, se bobear até o ato de piscar doía.

Juntei forças do além e abri meus olhos, olhei ao redor e gemi pela dor que me atingiu. Um rosto famíliar apareceu meio borrado, e sua voz estava longe.

- Amélia? Amélia? Ta me escutando? - Pisquei duas vezes antes de finalmente reconhecer o rosto.

Então eu gritei.

GRITEI MESMO!

COMO SE MINHA VIDA DEPENDESSE DISSO!

Era ele! Rodrigo! Ele estava aqui! Mas como? Espera aonde eu estou? Que cama é essa? macia...

Flashes do que aconteceu, me atingiram como uma bomba, e meu grito transformou - se em soluços.

- Hey...- Rodrigo me abraçou e me consolou até eu parar de chorar. Queria me soltar dele, mas de alguma maneira estranha seu abraço era protetor e...quente.

- Como você... - Não tive fôlego para continuar a frase. Minha respiração cortava minhas palavras.

- Depois falamos disso, como você está se sentindo? - Afastou - se de mim e eu senti um desconforto longe de seu calor. Outhe!

- Eu...Eu estou bem. - Disse respirando fundo e arrumando meus cabelos. Rodrigo arqueou as sombrancelhas e as memórias da noite me atingiram novamente, como se fosse impossível faze - las irem embora. O abraçei novamente.

- Já passou, já passou. - Disse alisando minhas costas.

Eu tenho que me acalmar! Não aconteceu nada, Rodrigo me salvou, Rodrigo me salvou. Ai meu Deus! Ele me salvou! Não consigo considerar isso!

- Por que diabos você me salvou? Você me odeia! - Disse me soltando novamente de seus braços.

- Eu não te odeio Amélia! Fui fui até o orfanato, queria te pedir desculpas pelo o que tinha dito a você. Foi totalmente burrice e ridículo da minha parte.

- Desculpas? Você? - Questionei desconfiada.

- Sei que pensa que sou um monstro, ou coisa perecida, mas eu não sou essa pessoa ruim que todos falam. - Disse e eu pude sentir sinceridade em seu olhar. E que olhar...

- Mas eu estava longe do orfanato, como me encontrou? - Perguntei confusa.

- Por acaso eu sei aonde é esse orfanato? Eu sabia que era naquela região, por sorte eu entrei em uma rua errada e te vi sendo levada por três caras.

- Mas eles eram grandes e fortes...

- Amélia, eu sou um cara rico, você não acha que eu saberia alguns...por assim dizer, golpes? E afinal eu já fui para o exército, fiquei pouco tempo, mas aprendi muita coisa. - Fiquei um pouco confusa no começo mas consegui entender o que ele disse depois.

- Ta com fome? Eu fiz o almoço, e olha que não é uma coisa que se vê todo dia. - Disse Rodrigo Sorrindo. E esses dentes? Porra! São lindos. Tudo bem que eu já vi seus dentes, mas em um sorriso tão ingênuo, pareceu tão mais...sincero.

- E então? - Balancei minha cabeça para livrar os pensamentos.

- Hãm, tudo bem. - Levantei da cama e me senti desconfortável, ainda estava com aquelas jeans.

Consequentemente InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora