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- Por que diabos ela não para de chorar?! - Resmungou Leonardo tampando seus ouvidos. Desviei o olhar da pista, e encarei a bebezinha absorta pelas lágrimas.

- Não é fome, não é frio, só pode ser...- Nesse momento ouvimos um pequeno som abafado vir da menina, logo após ela parou de chorar instantaneamente, porém o momento de alegria durou pouco, um cheiro bastante ardente chegou em nossos narizes.

- Acho que descobrimos o problema. - Eu disse encarando Leonardo com uma careta.

- Rodrigo! - Leonardo caiu na risada, junto a mim, tapando dessa vez o nariz.

- Vamos ter que parar, precisamos comprar fraldas. - Eu disse tentando conter o riso.

Assim que encontramos um posto de conveniência, paramos lá para comprar fraldas e limpar a menina, e assim que tirei as fraldas, eu e Leonardo nos afastamos do corpo pequeno da bebê.

- Como uma bunda desse tamanho pode fazer esse estrago todo? - Perguntou Leonardo. Conti o riso, eu tinha que concordar, ela só tomou leite como pôde fazer tanto coco?

- Parece que vocês precisam de ajuda. - Uma senhora se aproximou da gente.

- A gente consegue se virar, obrigado. - Eu disse a mulher.

- Vocês vão é matar essa neném com uma fralda na cabeça... Oh criança vem aqui. - A senhora se aproximou do banco de trás do carro e pegou a bebê nos braços, deixando a bomba atômica caída no meu banco.

- Façam algo de útil, levem isso para o lixo. - Disse a mulher. Acenei para Leonardo que me encarou assustado, acenei novamente para ir logo, bufando ele pegou nas pontas do dedo o pacote explosivo e caminhou até o lixo mais próximo.

- Você leva jeito. - Eu disse q observando, tentando gravar tudo para quando aquilo acontecesse de novo, o que seria em breve eu diria.

- Criei oito filhos e cinco netos, troco fraldas de olhos fechados. - Disse ela zombando, eu ri junto a ela.

- Ela se parece com você. - Disse a mulher. Um aperto forte se alastrou por todo o meu peito.

- Não é minha filha. - Sorri sem humor.

- Oh! Eu...- A senhora terminou de vestir a pequena.

- Tudo bem, eu também gostaria que fosse. - Declarei. Leonardo chegou logo depois.

- Podemos ir? - Questionou.

- Claro, já podem ir, mas levem- na a um hospital, ela nasceu a alguns dias, e o umbigo dela não parece estar muito bem, isso pode ser perigoso. - A senhora falava sério, seu semblante era de preocupação, mas como ela sabia que a menina havia nascido a alguns dias?

- Muito obrigado, já estávamos indo ao hospital. - Eu disse colocando a neném no bebê conforto. Leonardo agradeceu a mulher e entrou no carro, fui fazer o mesmo e a mulher agarrou meu braço me impedindo de andar.

- Cuide dela Rodrigo, e tenha calma tudo vai se acertar na hora certa. - Encarei os olhos verdes daquela mulher um tanto assustado, o que diabos ela queria dizer com aquilo? E como ela sabia meu nome? A mulher virou - se e saiu andando, virei - me para entrar no carro, mas exitei e olhei novamente para mulher, a mesma havia desaparecido do nada.

- O que foi? - Leonardo Perguntou assim que eu entrei no carro, minha cara deveria estar tão confusa quanto a minha cabeça.

- Hã...nada, nada, é que aquela senhora sabia meu nome. - Leonardo arqueou as sombrancelhas.

- Você é conhecido em todo país Rodrigo, ela deve saber quem é você. - Disse ele. E eu tinha que concordar, meu rosto era conhecido por muita gente, era óbvio que ela me conhecia, mas por que disse aquelas coisas de " hora certa" ? Balancei minha cabeça para espantar aqueles pensamentos, e focar no que era importante no momento.

Consequentemente InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora