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Manoella era minha filha agora, e a tarefa de acreditar ainda estava em processo, mesmo assim, felicidade não chegava nem perto do que eu estava sentido agora, e como aquela senhora havia dito, tudo se acertaria na hora certa, e eu esperava de todo coração que essa hora chegasse logo.

Parei meu carro em frente ao orfanato, era final de tarde e a noite logo chegaria, apertei o volante com força, minhas mãos suavam, eu precisava fazer com que Lira visse Amélia e não me odiasse por não ter contado nada, esperava que ela entendesse o meu lado, e colaborasse com a recuperação de Emi.

Ella, como eu preferi chama - lá, resmungou no banco de trás. Regina implorou para ficar com Manoella enquanto eu vinha aqui, mas deixar minha filha no meio daquela guerra seria loucura! E outra, eu não conseguiria ficar mais nenhum minuto longe da minha menina, já ficamos tempo demais separados.

Decidi sair logo do carro, levando Ella nos braços comigo, tirar aquela coisa que a prendia no carro era arriscado, porque afinal eu não saberia coloca - lá de volta, caminhei para dentro do orfanato, e assim que varri meu olhar pelo pátio, avistei uma mulher limpando o chão, estranhei a ausência de crianças, mas o som delas não estava assim tão distante, me aproximei da mulher.

- Você pode me dizer onde eu posso encontrar a dona Lira? - Perguntei a mulher.

- Está no escritório dela, posso ir chama - lá se quiser. - Disse ela.

- Obrigado, mas não precisa eu já estou subindo lá. - A mulher assentiu e me olhou feio por alguns estantes, olhou para Manoella e acenou negativamente com a cabeça.

- Espero que saiba o que está fazendo. - Disse ela e se virou para continuar o seu trabalho. Mas que raios ela quis dizer com aquilo? Será que acha que eu vou entregar Manoella? Mal sabe ela toda a história!

Subi as escadas e caminhei para o escritório de Lira, chegando lá, bati na porta e logo um quase sussurro pode ser ouvido.

- Entra. - Disse ela. Assim que adentrei a sala, Lira surpreendeu - se com a minha presença, seu olhar fitou Manoella, e a confusão em seu semblante era visível.

- O que está fazendo aqui? - Perguntou um tanto ríspida. Respirei fundo.

- Eu precisava conversar com você. - Eu disse.

- Quem é essa bebê? - Questionou. Fiquei tenso no mesmo estante, o que eu diria agora? A verdade?

- Minha filha. - Disse engolindo a seco, por favor não pergunta mais nada...

- Nossa. - Disse ela estantes depois, sem emoção, contendo uma lágrima teimosa que escorreu.

- Você estava bem ocupado então, quando Emi foi enterrada. - Declarou indiferente.

- Lira...- Tentei manter a calma, não contar a ela seria mais difícil do que eu pensava.

- Estou ouvindo Rodrigo.

- Eu queria muito te dar uma explicação plausível pra tudo isso, mas se eu disser uma palavra, você não vai conseguir acreditar em mim, só vendo com seus próprios olhos. - Relatei. Lira fungou se virando para a janela.

- Já se passaram quatro meses Rodrigo, por que agora? - Indagou ainda de costas.

- Confia em mim Lira, você sabe o quão difícil foi quando eu te falei o que tinha acontecido aquele dia com Emi, não faça eu piorar as coisas tentando te contar uma coisa que realmente é impossível de se acreditar. - Lira virou - se bruscamente.

- Ok, me mostra então Rodrigo. - Disse dura, então estendi minha mão a ela, um tanto nervoso.

- Vem comigo? - Ela exitou, encarou minha mão, suspirou, e depois venho em minha direção.

Consequentemente InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora