40°

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Rodrigo

Depois que fiz, com muito esforço, fazer Amélia descansar, eu sai do quarto a procura do médico, algo andava a pertubar, quando Amélia estava em coma essa questão estava enterrada na minha mente, mas agora...além de Liliana, isso também estava me causando dor de cabeça.

Cheguei na recepção, e perguntei onde estava o médico, me disseram que ele se encontrava em sua sala, então segui imediatamente para lá, e depois de muito esperar por sua pausa, eu finalmente o vi sair de seu consultório.

- Doutor. - O chamei.

- Senhor Macfield, que prazer encontra - lo, no que posso ajudar? - Perguntou ele.

- Bom, lembra - se quando Amélia chegou ao hospital? Que eu Perguntei como era o estado dela? - Questionei, o médico coçou a testa já imaginando o que estava por vir.

- Sei onde quer chegar Rodrigo, eu não queria dizer nada disso ainda porque sei que estão passando por um momento difícil, e dizer isso poderia abalar muito vocês. - Declarou ele.

- É grave doutor? - Perguntei aflito.

- Nos últimos exames, conseguimos ver os danos causados pelo trauma de Amélia, antes ela estava frágil, inchada, era difícil ter certeza de algo.- Disse ele.

- E o que foi Doutor? Amélia poderá engravidar novamente?

- Se isso acontecer Rodrigo, Amélia corre um sério risco de morte no parto, graças as complicações ao dar a luz aos gêmeos, não sei o que pode vir acontecer com outra gestação, Amélia quase morreu dando a luz uma vez, quem dirá outra. - Cada palavra que o médico dizia, mais eu sentia meu coração se quebrar, eu não podia perder Amélia, já temos os gêmeos, mesmo que eu quisesse acompanhar uma gestação de Emi, colocar a vida dela em perigo, era arriscado demais.

- Eu sei o quão é difícil receber tal notícia, sou casado há 57 anos e não tive filhos com a minha esposa, quer dizer...temos dois homens e uma mulher, mas eles são adotados, não ganhamos filhos legítimos, mas eles ganharam a gente do mesmo modo, não é o fim Rodrigo, você ainda tem os gêmeos. Mas se quer um conselho de um homem experiente e não de um profissional, conte logo a ela, não a deixe levar por esperanças, quanto mais cedo ela aceitar, melhor. - Declarou o médico, saindo logo em seguida, suspirei pesadamente, caminhando de volta para o quarto de Emi, eu devia contar logo a ela, era o certo a se fazer, mas temia em mágoa - lá, Amélia já passou por tanta coisa, que não sei se mais essa ainda a manteria forte.

Recebi outra ligação de Leonardo, o engraçado era que eu o veria logo, mas ele me ligava sempre, talvez não quisesse falar nada quando me visse, já que nunca estávamos sozinhos.

- Diz logo cara. - Eu disse atendendo o telefone.

- Você precisa vir até a Macfield Enterprises, tem centenas de repórteres aqui na frente, eu não sei o que fazer!

- Como isso aconteceu? - Questionei preucupado.

- Eu Tentei te dizer, várias vezes, você me atendia? Não! Agora aquente, sabe o que eles querem saber.- Declarou ele.

- Leonardo! Eu não posso expor Amélia, se souberem da minha fraqueza será pior! - Exclamei. Já basta Liliana, ainda vou ter que aquentar ameaças de um qualquer querendo ganhar em cima de mim.

- Diga algo que eles ingulam, pelo menos até as coisas se acertarem, já está certo hoje a noite? - Perguntou.

- Está, já falei com Jane, estou a caminho, vamos resolver isso logo. - Eu disse e desliguei o telefone.

Mandei uma mensagem para Regina, pedindo para que ficasse com Amélia enquanto eu resolvia uma coisa, peguei meu carro no estacionamento do hospital, e segui para minha empresa, um pouco longe dali.

Consequentemente InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora