Consequentemente Inevitável

4°

" Se você visse o que eu posso ver agora,

Você entenderia porque eu te quero tão desesperadamente.

Agora eu estou olhando para você e eu não posso acreditar" - What Makes You Beautiful.

*

- Alô? - Disse sonolenta.

- Quem ta falando? - Reconheci a voz de Joseph.

- Oi Jô! - esfreguei os olhos.

- Emi, tenho péssimas notícias. Sei que você chegou a pouco tempo, mas você precisa acelerar o seu plano ou sei lá o que você tem em mente. Cristofer apareceu aqui de novo.

- Odeio aquele careca! - Xinguei.

- Eu sei, eu também Emi, mas ele deu um prazo de três meses até vir aqui de novo. Desta vez, ele vai pegar tudo Emília. - Suspirei.

- Nada no livro? - perguntou.

Faz  quinze dias que cheguei no Brasil. Depois que Lira foi embora eu peguei o Diário e comecei a ler, e não li nada importante que possa "mudar minha vida. "

- Hãm... Algumas coisas em que...em que eu possa tomar nota. - Menti. Mas eu não posso dizer a verdade a Joseph, ele ficaria arrasado se soubesse que na porcaria do Diário não tem nada além de como meus pais se conheceram. De como minha "mãe" sentia - se em relação ao meu pai. Total tédio.

- Sei bem quando está mentindo Emília.

- Amélia. - O corrigi. Fazendo - o mudar de assunto.

- Amélia?

- É, acho que esse é mais bonito. - Ouvi sua risada do outro lado da linha, fazendo - me rir também.

- Estou com saudades. - disse por fim.

- Eu também.

- Se cuida "Amélia" Eu Te amo. - Prendi o fôlego. Sentia muito por não sentir o mesmo por ele. Eu o amava mas era como amigos. Amigos com benefícios admito,mas mesmo assim amigos. Eu nunca senti algo a mais por Joseph e mesmo quando namoravamos (quando eu tinha dezesseis anos ) eu não sentia nada além de sexo. Joseph foi quem tirou minha virgindade e eu a dele por isso temos algo a mais. Mas para mim é só isso. Eu não acredito nessas besteiras de se apaixonar. Isso é só para os fracos.

A batida na porta me salvou.

- Tenho que ir Jô. Ligo mais tarde. - Desliguei antes de escutar ele se despedir.

- Oi Helena. - Disse me levantando.

- Bom dia! Quase boa tarde não é? Quem era no telefone? - Perguntou sentando - se na cama junto a mim.

- Era Joseph. - disse bocejando.

- Mas lá são 7h da manhã!

- É! - Eu ri. - Mas a nossa vida no campo começa cedo.

- Estou vendo ! - As duas riram.

- Ah Helena! Ainda estou fora do horário. - Rimos novamente.

- UAL! Você está bem no portuga hein? - Foi ai que percebi que estava falando português o tempo inteiro. Mas espera...até com Joseph!

- Hey! Joseph fala português? - Perguntei confusa.

- Mas é claro! Joseph vem me vistar todo ano. Se ele não soubesse iria apanhar! - Gargalhamos.