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Sabe quando assistimos algum desenho, filme, ou coisa do tipo, e eles falam : - " Não podia ficar pior" E derrepente começa a chover? Foi assim que eu me senti quando Rodrigo me disse que Manoella não era minha filha, que tudo foi parte do plano de Liliana. Eu não acreditava naquilo, desde que eu descubri que estava esperando gêmeos eu os sentia dentro de mim, sabia que gerava duas vidas ali, eu não tive uma mãe para me dizer que poderia ser pressentimento de mãe, mas eu tive uma que me mostrou carinhosamente o que era ter esse amor, e por sentir isso, eu sabia que Ella era minha filha, mesmo que Rodrigo não acreditasse. Eu não ocupava, todos haviam cido maltratados, iludidos e manipulados, mas acreditar na maior causadora de toda essa história , era o mesmo que pular de cabeça num precipício. Então eu decidi que não deixaria Liliana nos manipular mais uma vez, e se ela havia tirado um dos meus bebês e esperava que eu perdesse Manoella também, ela estava extremamente enganada.

Eu aguardava ansiosamente a chegada de Jane, ela me ajudaria a entender o que diabos Liliana havia feito, então entenderíamos como nós ficamos tanto tempo em suas mãos, sem nem ao menos perceber. A campanhia tocou, e eu prontamente a atendi, secando minhas mãos na calça que eu vestia, eu estava nervosa, ansiosa e aflita. Abri a porta encontrando Jane segurando uma caixa de papelão nas mãos.

- Oi Jane, entra por favor. - Eu disse dando espaço para que ela entrasse.

- Oi Emi, Desculpa a bagunça é que isso é tudo que eu encontrei relacionado a Liliana. Está pronta mesmo? - Perguntou ela.

- Sim, estou. - Declarei sorrindo simpaticamente, trancando a porta logo em seguida, andando um pouco de dificuldade até o sofá.

- A perna está se recuperando bem? - Perguntou ela.

- Sim, ainda está meio dolorida, mas nada que eu não sobreviva em casa. - Eu disse sentando.

- E você e o...- Começou ela, mas eu fiz um gesto com a mão para que ela parasse.

- Ele me manda mensagens todos os dias perguntando se eu estou bem, mas desde que eu sai do hospital que eu não o vejo, mas é melhor assim Jane, vê - lo me faz lembrar do meu filho e não saber nada sobre ele, machuca. - Confessei. Eu e Rodrigo não nos víamos a alguns dias, concordamos que dar um tempo para nossas emoções era o melhor a fazer agora.

- Um conselho de amiga e também de mãe Emi, ninguém no mundo vai entender o que você está sentindo quanto como Rodrigo entende, vocês estão na mesma situação, ele só está desacreditado e precisa de você, quanto como você precisa dele. Você pode só simplesmente me dar uma amostra de sangue, que eu faço e teste e você prova o que tem que provar para ele, mas não é só isso não é mesmo? - Questionou Jane.

- Eu quero que ele acredite não só que Ella é nossa filha, mas que ouvir o que Liliana disse é suicídio, preciso que ele entenda a verdade. - Confessei, concordando internamente com Jane.

- Está vendo? Você se preocupa com ele, vocês não deveriam estar separados, juntos vocês são mais fortes do que imaginam. - Disse ela segurando uma de minhas mãos me passando segurança.

- Você não quer fazer isso com ele? - Perguntou ela apontando para a caixa. Mordi os lábios de indecisão, eu queria estar com ele, queria mostrar a ele, mas e se ele quisesse ainda manter esse espaço?

- Seu celular está tocando. - Disse Jane apontando para o aparelho em cima da mesa. Era uma das mensagens diárias de Rodrigo, talvez ele não quisesse esse espaço, já que nunca me deixava sozinha, nunca parando de se preocupar.

" Bom dia. Está tudo bem hoje?" Era essa mensagem, como a de todos os dias, encarei Jane aflita, ela sorriu e acenou para que eu escrevesse o texto, mas então outra mensagem chegou para minha surpresa.

Consequentemente InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora