Um homem de família - Terceiro Encontro

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Ele não era um menino mau. Tentou, durante muito tempo, um emprego que lhe proporcionasse o sustento e a vida digna que sempre sonhou para seus pais. Tentou entrar no mercado de trabalho, depois que se formou, mas apesar das notas altas e de ser aprovado com distinção, lhe faltava o principal: alguém que lhe indicasse, um padrinho influente, um pai rico, uma família com sobrenome. Acabou como garçom em um restaurante da Capital. Foi lá que conheceu Johnny e os outros, dividiram um apartamento em um bairro decadente e violento. Não sobrava dinheiro para a diversão, quando recebia uma gorjeta mais generosa, enviava aos pais. A ideia do negócio surgiu depois que Johnny assistiu a um filme. Foi então que a diversão começou. Entravam como penetras em festas da alta sociedade, não era difícil, eram cinco homens jovens, atraentes, sedutores. Os ternos e acessórios vinham de uma loja de aluguel de roupas, onde a irmã de Brad, um dos colegas de quarto, trabalhava. Bebida, comida e sexo com mulheres belas, elegantes e ricas. No começo não cobrava, mas não demorou a começar a receber dinheiro, roupa ou algum presente valioso. Foi quando Jonnhy entrou em ação e, com uma extensa lista de contatos, criaram o serviço de entretenimento voltado ao público feminino adulto. Gabriel achou que aquilo não daria certo, mas em poucas semanas, era o mais requisitado da "Agência". Mais um mês, já selecionava suas clientes e tinha os valores pagos, por hora, supervalorizados.

Não, ele, definitivamente, não era um menino mau, ainda procurava emprego em algum escritório de advocacia que pagasse um salário digno, para que trocasse de profissão e orgulhasse seus pais. Mas, enquanto isso não acontecia, mentiu, por uma boa causa.

– Descobriu alguma coisa? – ele perguntou à Jonnhy, havia passado duas semanas do encontro no Shopping e ela não o procurou mais.

– O número é de um pré-pago, sem chance de rastrear. Você tentou ligar de volta?

– Faço isso todos os dias, está desligado.

– Não bloqueia, cara. É a nossa única chance de encontrar quem mandou aquela mensagem.

– Eu sei – disse desanimado.

– Como foi o serviço com a Senhorita S. ? – perguntou com tom profissional. Tinham cuidado quando o assunto era trabalho, tratavam as clientes com respeito, comentários sobre o serviço realizado eram proibidos entre eles por questões de éticas.

– Mais uma cliente satisfeita – respondeu enquanto fazia uma curva pegando a autoestrada.

– Perfeito, o depósito dela entrou com um generoso bônus.

– Excelente! – Gabriel respondeu com um sorriso torto nos canto dos lábios. Suzan era casada, há vinte anos, e foi com ele que ela atingiu o seu primeiro orgasmo. Vinte anos servindo a um homem que não sabia como tocá-la, que praticamente a violentava quando sentia necessidade. Como as mulheres podiam se submeter a isso? – Estou indo para a casa dos meus pais, é aniversário da minha mãe. Por favor, não ligue.

– E se for a Senhorita N?

– Mesmo ela.

– Ok.

Alguma coisa dizia que se ela ligasse não seria para o telefone da Agência.

-o-o-o-o-

Ele queria levá-la a um restaurante, escolheu o mais elegante da região, mas o pai insistiu em fazer um churrasco para toda a família.

– Mãe, hoje é o seu dia. Em vez de aproveitar, está presa na cozinha fazendo refeições para um batalhão – ele reclamou quando a viu entre as panelas.

– Querido, isso aqui não é uma cozinha, é um sonho – respondeu olhando para os móveis e eletrodomésticos novos. A parede havia ganhado uma pintura e azulejos, o chão uma cerâmica de alta qualidade. – Eu estou tão feliz e não vejo a hora daquelas invejosas verem o que o meu filho advogado me deu de presente, vão se remoer de raiva.

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