O guarda-costas

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- Você está preocupado com a reputação da família? Como se ela valesse alguma coisa – Izabella gritou. O pai tentou controlar a fúria, nunca tinha agredido fisicamente a filha, mas dessa vez ela passou dos limites, e antes que pudesse ponderar, a esbofeteou. A garota de dezenove anos caiu com o golpe. A marca dos dedos na face desapareceria nos próximos dias, mas a outra marca, aquela deixada na sua alma, essa não desapareceria tão cedo. 

- Olha o que você me fez fazer? - o velho gritou exasperado caminhando de um lado a outro. Ela não respondeu. Permaneceu imóvel no chão do escritório do trigésimo andar da Corporação Moretti. - Eu não vou mais tolerar o seu comportamento promíscuo. Você vai se casar dentro de dois meses, menina. 

- Eu não vou me casar com aquele velho asqueroso. - ela o encarou desafiadora. - Eu fujo, desapareço e você nunca mais me verá se me obrigar a isso! - Anton Moretti riu as gargalhadas da filha. Isso só fez aumentar a raiva que ela nutria por ele. 

- Ninguém foge dos Moretti, Izabella - ameaçou. - Eu encontro você, nem que seja no inferno.

- Não esqueça que eu também sou uma Moretti, papa. - a ironia da filha o irritava, mas também  o deixava orgulhoso, ela realmente era uma Moretti. Chegou a duvidar que havia herdado o  sangue da família italiana. Era uma menina calma, tranquila, nunca havia se metido em confusão. Parecida com a mãe, uma samambaia. Mas bastou contrariá-la que ela mostrou a força e determinação de um Moretti. Não tinha mais nada da doce Izzy. Ela só precisava ser lapidada, entender as regras do jogo e poderia assumir os negócios da família em pouco tempo. Mas agora precisava controlá-la. O casamento com Mirko Grasso e consequentemente a aliança entre as famílias, daria aos Moretti o controle dos negócios no continente europeu. Tanto os lícitos quanto os ilícitos.Izabella precisava entender isso. 

-Matteo - Anton Moretti chamou o seu, oficialmente, assessor, extra oficialmente, capanga. O rapaz de pouco mais de trinta anos havia sido alçado ao cargo depois da morte de Enzo Basile, assassinato para ser mais exato. Um tiro certeiro dado pelo próprio Anton Moretti depois de descobrir a sua traição. 

- Senhor? - ele olhou para a garota no chão. O vestido curto deixava a mostra suas coxas, as alças caiam nos ombros, sem sutiã, um mamilo fugindo pelo decote do tecido transparente. Ele desviou o olhar e encarou o chefe. 

- A partir de agora, sua missão e ficar 24 horas com minha filha. 

- O quê? - Izabella protestou.

- Você pediu por isso! - o pai respondeu em tom agressivo. - Você entendeu, Matteo? Você irá acompanhá-la em todos os lugares. 

- Sim, Senhor!- respondeu contrariado, a última coisa que desejava era ser babá de garota mimada. Lutou para se transformar no braço direito do chefe da mafia italiana e quando finalmente conseguiu o posto, aparece a filha para estragar tudo. 

- Eu não quero um guarda-costas! - A garota de cabelos castanhos e olhos azuis gritou, levantando do chão.

- Um guarda-costas ou prisão domiciliar, você escolhe - ameaçou o pai. 

- Inferno! - esbravejou, olhando ameaçadora para o pai. 

- Espere lá fora, antes que eu perca a cabeça e adiante esse casamento para amanhã. Daí você passará a ser problema do Grasso.

- Eu te odeio - Izabella gritou dando as costas para os dois homens daquela sala e saindo a passos largos. Matteo não conhecia ninguém que havia falado assim com o Senhor Moretti e estivesse vivo para contar.

- Ela está nervosa com o casamento - o velho explicou quando a porta se fechou com um estrondo. Ele olhou sério para o homem de cabelos negros e olhos verdes, colocou a mão no seu ombro  e sentenciou - Você estará cuidando do meu bem mais precioso. Eu não confiaria minha filha a mais ninguém. Não deixe nenhum vagabundo colocar a mão nela, se isso acontecer, decepe-a. 

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