Eu detestava o cunhado do Tom, achava ele um tarado. Seu olhar me perturbava, parecia que eu estava nua. Depois aquele bigode, que adotou no último ano, era nojento. Meus encontros com ele e Dana, a irmã do Tom, eram casuais, mas agora iríamos passar o fim de semana juntos na praia. Tentei me desvencilhar daquele compromisso, mas Tom foi irredutível. Ele sabia da minha implicância, mas para ele não passava disso, uma simples implicância. Harry nunca disse uma palavra ou tentou algo, apenas o olhar e o roçar casual que poderia ser entendido como displicência. Era aniversário de Dana e toda a família estaria presente. Pelo menos, convenci o meu namorado a ir no sábado pela manhã, qualquer minuto longe do Harry já era um alívio.
Foi cordial, mas manteve a distância, diferente das outras vezes, não me beijou a bochecha enquanto roçava as mãos nos meus braços. Cumprimentou Tom com um aperto de mão e me deu um tchauzinho quando chegamos. Não saiu do lado da esposa, até que está convidou o irmão para ir encontrar o restante da família na vila. Chegariam no trem das seis, Dana foi num carro e Tom no outro para que pudessem dar carona a todos. Eu e o Harry ficamos. Resolvi ir para a piscina, deitei em uma espreguiçadeira. Por algum motivo o desinteresse de Harry me incomodava e quando ele apareceu na piscina, com uma sunga preta e uma camisa colorida com os botões abertos, decidi confrontá-lo.
- Eu te fiz algo? - perguntei enquanto abria o tubo de protetor solar.
- Ainda pergunta? - falou visivelmente irritado.
- Fiz? - voltei a interrogá-lo, dessa vez curiosa pela acusação. - O que eu fiz que não estou sabendo?
- Não se faça de desentendida, Nicole. Você foi reclamar para o seu namorado que eu estou te assediando, Dana quase me deixou.
- Mas você estava - acusei, apesar de perplexa por Tom ter contado minhas suspeitas para a irmã.
- Quando? Em que momento eu te toquei ou te falei algo indecente.
- Você me olha com lascívia - ele deu uma gargalhada.
- Você se acha, garota. Eu não sinto nada por você, olhá-la é o mesmo que ver uma porta. - Ele mentia, eu sabia que mentia, mas mesmo assim balancei. Será que eu tinha me enganado? Não, uma mulher sabe quando é desejada e Harry me desejava e eu ia provar isso.
- Mesmo? - falei oferecendo a ele o protetor solar. - Então você não se importa de passar protetor em uma porta. - Ele me lançou um olhar de desinteresse. Se não aceitasse ia chamá-lo de covarde.
- Você já passou.
- Nas costas não - respondi me deitando de bruço. Por um instante, o silêncio. Pensei que havia ido embora quando senti o líquido viscoso deslizando pelas minhas costas. Uma mão pesada acariciou minha pele, ele passou nos meus ombros e desceu espalhando o protetor. Das costas passou para as pernas, subindo até minhas coxas.
- Pronto - falou levantando-se. Eu olhei para ele e o desafiei.
- Você não terminou.
- Já foi o suficiente - falou caminhando em direção à casa.
- Isso é medo? - gritei para que ele me ouvisse antes de entrar. Ele ouviu e parou de costas, pareceu ponderar. Voltou a passos largos e ficou parado próximo a cadeira. Eu o olhava com a cabeça inclinada para trás ainda estava de bruço.
- Você está preparada para as consequências? - Engoli em seco. - Sabe o que está me propondo, é isso que você quer?
- Você me provocou durante meses, me deve isso - respondi desafiadora, a sua indiferença me deixou sedenta, queria que ele voltasse a me desejar, porque eu descobri que o desejava. Um sorriso torto escondido por aquele bigode indecente foi tudo que recebi de resposta.
Harry se ajoelhou entre minhas pernas, pegou o protetor jogou o líquido naquela parte macia e arredondada do meu corpo e a massageou com as duas mãos. De repente ele se afastou e senti algo grosso abrir as minhas nádegas e passear entre elas, ele esfregava seu membro duro em minha pele, descendo até a minha abertura, penetrando levemente.
- Ainda podemos parar... - murmurou entrando mais alguns centímetros, meu sexo pulsava faminto.
- Faça - ele meteu forte até o fim, me preencheu com seu pênis espesso, longo e indecoroso. Instintivamente, me inclinei para facilitar suas investidas, ele passeou dentro de mim, promíscuo. Suas mãos seguravam o meu quadril e eu me ajoelhei de costas para ele. O marido de Dana deslizou sua mão pelo meu ventre e seus dedos massagearam o meu ponto de prazer, a outra apertou o meu mamilo provocando uma dor deliciosa que me fazia estremecer. O barulho distante das ondas do mar era interrompido pelo som da sua pélvis batendo contra minha pele. Gritei quando senti o prazer me atingir e me enfraquecer, ele meteu mais rápido e me lambuzou com o seu gozo.
Entramos na piscina nus e ele me penetrou contra a borda gelada. O bigode me pinicava a pele enquanto ele sugava meus seios. Subimos para os nossos quartos, nos despedimos com um beijo demorado e a promessa que não se repetiria. Mas antes que eu terminasse meu banho ele entrou no chuveiro e, com um fôlego que eu desconhecia, me fez dele mais uma vez.
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Dana cortava o bolo, Harry tinha as mãos em seus quadris. Todos conversavam animadamente, Tom me abraçou por trás e beijou meu pescoço.
- E então? Como foi ficar sozinha com Harry?
- Como assim? -perguntei assustada.
- Eu e Dana planejamos deixá-los a sós para ver se vocês se entendiam. Funcionou ou o meu cunhado é um tarado? - olhei em seus olhos antes de responder, depois sorri e beijei sua boca.
-Obrigada - murmurei entre seus lábios.
-Por quê? - ele perguntou antes de tomar os meus em um beijo ardente.
- Por me fazer perceber que eu estava totalmente enganada.