– Quando será a cerimônia?
– Semana que vem, você vai? – perguntei enquanto esperávamos o garçom servir a entrada.
– Claro.
– Obrigada, por estar comigo mesmo depois de toda a confusão que eu causei.
– Você sempre será minha garota.
– Mas desconfio que tem outra pessoa ocupando esse lugar – provoquei. Ele sorriu.
– Você ruborizou – menti.
– Não! – ele negou colocando as mãos no rosto.
– Ruborizou sim – insisti, pegando o celular e fotografando-o. – Bruce Armstrong ruboriza ao ser questionado sobre um possível affair com... – fingi postar na rede social.
– Bela tentativa!
– Então? Não vai me dizer quem é ela?
– Não existe ela.
– Por quê?
– Porque é um amor platônico.
– Quem ousa não se apaixonar pelo meu ídolo? – Ele levantou as mãos para cima fazendo uma careta linda. – Você pelo menos contou para ela que está interessado?
– Eu tentei, mas ela estava nos braços de outro.
– Ai... tadinho – disse colocando a minha mão sobre a dele em solidariedade.
– E você?
– Eu?
– Conheceu alguém?
– Reencontrei alguém – respirei fundo, dramática. – Mas ele não me quer.
– Pelo menos ainda temos um ao outro.
– Um brinde ao que nos restou... – falei levantando a taça de vinho, Bruce fez o mesmo.
– A nós!
– Onde você está? – perguntei esperando-o em frente à Universidade. Tinha prova naquele dia e ele ficou de me buscar e estava mais de trinta minutos atrasado.
– Estou saindo da emissora.
– Bruce, vamos nos atrasar – falei impaciente.
– Dez minutos estou aí... – vinte minutos depois ele chegou.
– Desculpa – disse depois de um silêncio constrangedor. Tudo estava dando errado naquele dia. Era a despedida da mamãe, a prova estava um saco, o Bruce atrasou e a ligação da Sarah naquela manhã não ajudou em nada.
– Eu vou perder a cerimônia da minha mãe porque você estava dando uma entrevista em uma rádio, sendo que você podia ter adiado isso como já fez dezenas de vezes por coisas mais insignificantes – esbravejei.
– Você tem razão, desculpa, desculpa, desculpa.
– Você é sempre tão passivo, não esbraveja, não luta pelo que quer, não vai atrás do que deseja – falei indignada.
– Do que você está falando, Eve? – perguntou. – O que isso tem a ver com o meu atraso?
– Você mais uma vez vai chegar atrasado – falei olhando-o desanimada.
– Eu não estou entendendo.
– A Sarah foi pedida em casamento. – Ele desviou de um veículo e estacionou no canteiro lateral. Eu tive toda a sua atenção.
– Quem te contou?
– Ela me ligou hoje pela manhã.
– Com quem? – mordi o lábio, essa parte machucava.