playing with fire [noany]

CAPÍTULO 30

Any Gabrielly

- Charles? - falo baixinho e entro devagar na sala se controle - Char-

- Você tem certeza que é ele? - Noah pergunta e eu gelo.

- Quase - me escondo embaixo de uma das mesas - A Hina diz que é, mas tenho minhas dúvidas...

- Prossiga.

- A altura dele não me parece bater com as outras filmagens. Pode ser só o ângulo, mas, mesmo assim...não me parece ser o Matheus.

- Hmm - ele fica em silêncio - Cadê a Hina?

- Sala de treinamento.

- Ótimo - ele dá uns passos para trás - Continue investigando.

- Pode deixar - assim que Noah sai, eu me levanto.

- Essa foi por pouco - Charles quase cai da cadeira de susto.

- MEU DEUS! - ele suspira - Como você entrou aqui?

- Você nunca trancou a porta.

- Não se assusta uma pessoa desse jeito - ele respira fundo.

- Eu quero mais uma missão. - Olha, eu sei que eu te ajudei com aquela, mas-

- Você está fazendo aquilo de novo!

- Aquilo?

- Me tratando como uma criança.

- Any, você está grávida! Não posso só te mandar em missões sem-

- O fato de eu estar grávida não interfere minha performance!

- Eu sei que não, mas é perigoso!

- Eu sou uma profissional, Charles.

- Eu ainda acho que-

- Minha. Missão.

- Eu vou me arrepender disso - ele suspira e me entrega uma pasta - Seu alvo é Jaime Rodrigues.

- Perfeito

•••

Noah Urrea

- Você me chamou? - May pergunta.

- Chamei - tiro meus olhos dos papéis - Eu quero que você fique de olho na Any. Pelo menos até a gente localizar o Daven.

- Ela vai me bater.

- O quê?

- A Any. Quando descobrir, vai quebrar meu nariz. De verdade dessa vez.

- Eu sei lidar com ela.

- Você tem certeza? Sabe, se alguma acontecer com meu nariz-

- Bailey - sorrio - Só garante que ela fique bem.

- Eu vou ter que ficar perto daquele projeto de gente que é a irmã dela?

- Provavelmente.

- Meu Deus, - ele revira os olhos.

- E, Bailey? - suspiro - Antes de você ir, tem mais

- - O que foi? Tem a ver com comida?

- Não - rio - É sobre a Any...eu-

- São gêmeos, não são? Eu sabia! Eu sabi-

- Eu pedi ela em casamento.

- QUE?

Any Gabrielly

- Você está bem?! - Charles se assusta com o sangue em meu rosto.

- Estou bem - limpo minha bochecha - O sangue não é meu.

- Você precisa subir antes que o Urrea te veja.

- Ele está?

- No escritório

- Putz - ele me empurra até a escada.

- Se apressa.

- Ok, ok! - subo as escadas correndo e entro em meu quarto de fininho. Suspiro ao entrar e tranco a porta. Estava guardando minha arma quando um barulho me pega de surpresa. A porta do banheiro estava abrindo. Instintivamente, aponto a arma para o alvo e...

- SHIVANI?!

- V-Você tá segurando uma arma - abaixo o revólver - VOCÊ TÁ SEGURANDO UMA AR-

- Shhh! - dou um passo para frente, mas ela recua, choque evidente em seu rosto - Shiv, eu consigo explicar.

- Você...você é um deles também - ela estava tremendo.

- Shiv, você precisa se acalmar.

- T-Tem sangue no seu rosto!

- Não é meu - passo a manga de minha blusa em minha testa, limpando - Tá vendo? Eu estou bem! O sangue não é meu!

- Isso é pior! V-Você matou alguém, não m-matou?

- Shiv, eu-

- Matou ou não matou?!

- S-Sim...

- Meu Deus - ela parecia ter dificuldade para respirar - Meu DEUS!

- Ele era uma pessoa ruim!

- E você só...MATOU?!

- Shhh! Não tão alto!

- Por quê? Essa casa ta cheia de gente como você mesmo - havia nojo em sua voz, aquilo partiu meu coração.

- É só o que eu faço...eu ainda sou a mesma Any - tento me aproximar, mas ela se afasta - P-Por favor... - lagrimas pinicavam os cantos de meus olhos.

- Você MATA gente, Any! Você tira uma vida! Essas pessoas têm família!

- Essas são pessoas ruins, bandidos, eles roubam, matam...

- I-Isso não te dá o direito de tirar-lhes a vida... - dou um passo para frente e seguro sua mão

- Ainda sou eu-

- Não encosta em mim - ela se recusava a me encarar

- Por favor... - ela estava olhando fixamente para a arma em minha outra mão

- Não encosta e-em mim.

- Você está...com medo de mim?

- E-Eu preciso sair daqui - ela puxa sua mão e corre para fora do quarto. Meus joelhos ficam bambos e eu colapso no chão, meus olhos inundados por lágrimas.