playing with fire [noany]

CAPÍTULO 32

Any Gabrielly

- Você está melhor, meu amor? - arrumo sua gravata.

- Melhor que ontem.

- Bem, isso é bom, certo? - ele tenta me confortar com um pequeno sorriso.

- Certo... - ele beija minha testa.

- Eu odeio ter que sair e te deixar aqui o dia todo.

- Não é tão entediante quanto pensa.

- Mesmo? - sorrio um pouco.

- Mesmo.

- Ainda sim, odeio isso - ele envolve seus braços ao meu redor - Por mim, eu passava o dia inteiro do seu lado fazendo o que você quisesse.

- O que eu quisesse?

- O que você quisesse - ele rouba um rápido beijo de meus lábios, mas eu acabo aprofundando-o.

- Sabe, você é o chefe - sinto-o rir contra meus lábios e se afastar.

- Por mais que isso me seja tentador, eu preciso trabalhar - faço uma careta e ele beija a ponta de meu nariz - Você tem certeza que vai ficar bem?

- Tenho - o empurro, brincalhona - Agora, vai antes que eu mude de ideia.

- Você mudar de ideia? - ele ria, sua mão na maçaneta.

- Tchau, Noah! - reviro meus olhos.

- Eu te amo.

- Aham, aham! Agora, tchau! - eu rio.

•••

- Eu sou a Any Gabrielly - encaro minha reflexão no espelho - Sou a melhor no que faço e isso não é motivo para se envergonhar. Eu sou... - sorrio ao pensar nas palavras de Jacob - P-Perfeita - suspiro - Eu consigo vê-la. Claro que consigo. Eu consigo fazer tudo - passo a mão em minha barriga - Tudo.

Saio do quarto e me direciono até a cozinha para o café da manhã. Shivani estava lá e assim que seus olhos encontraram os meus, minhas pernas perderam forças e meu coração acelerou. Como em um ataque de pânico, corri dali o mais rápido que pude até esbarrar em um peitoral forte.

- D-Desculpa! - olho para a pessoa e vejo Krystian.

- Você devia realmente parar de correr - ergo meu olhar - Uma queda dessas seria ruim para o bebê, não?

- Não vejo como isso é da sua conta - me afasto dele.

- Não é - ele se aproxima novamente e eu me preparo para atacá-lo - , mas esse pequeno aí dentro, um dia, vai comandar tudo isso, não vai? - nunca havia pensado naquilo - Preferiria se ele não fosse deformado, seria uma pena.

- O que você acabou de dizer?!

- Que, como ele vai ser- dou-lhe um tapa com toda a minha força e observo o formato de meus dedos marcarem sua bochecha.

- Deformado ou não, é MEU bebê! E não ouse NUNCA MAIS falar dele dessa forma, entendeu?

- SUA-

- Ei, ei, Wang! - Bailey se aproxima de nós - Eu não acho que o Urrea vai gostar de saber que você estava prestes a agredir a mãe do filho dele!

- Eu não ia bater nela!

- Verbalmente - ele cruza os braços na minha frente.

- O que você acha que tá fazendo, Bailey?

- Te defendendo, agora, shh - ele cochicha e vira o rosto, sério, para Krystian.

- Eu consigo me defender sozinha - dou um passo à frente de Bailey e encaro Krystian - Nunca mais fale do meu bebê de novo - ele não diz nada e eu só saio andando.

- Ei, Anyzinha, espera!

- Não - apresso-me.

- Aonde você tá indo?

- Eu não posso ficar aqui...não agora.

- Por quê?

- Porque... - paro de andar e me viro para ele - Eu não vou conseguir olhar pra ela.

- Ela? - balanço a cabeça.

- Esquece - saio andando.

- Espera a-

- NÃO!

•••

- Eu não posso só te mandar em uma missão nesse estado.

- Que estado? Eu estou bem! Ótima! Perfeita! - enxugo minhas lágrimas - Agora, anda logo!

- Any, eu-

- A missão, Charles!

- Eu não posso-

- Eu estou me estressando - o lanço um olhar ameaçador - Isso não é bom pro bebê!

- Eu... - ele me encara por alguns instantes, claramente, no meio de um dilema - O-Ok! Mas nada de agir impulsivamente, entendido?

- Sim, sim! Alvo?

- Gabriel Fernandes - ele me entrega uma pasta azul, hesitante.

- Obrigada.

Noah Urrea

- Alô?

- O-Oi, Noah! Amigo! Parceiro! Que e Eu tanto amo e idolatro, E aí? - havia algo de errado na voz de Bailey.

- O que aconteceu?

- O quê? - ele ri - Por que você acharia que tem alguma coisa errada? Errado? O quê? Nessa casa? Nunca!

- Cadê a Any?

- A Any?

- Sim, quero saber cadê a Any - troco o celular de ouvido.

- Ela está...do meu lado!

- Quero falar com ela

- NÃO!

- Por quê?

- E-Ela...bem, ela-

- Cadê a Any, Bailey?! - meu tom era mais firme.