Queenstrial - [Kim Taehyung]

You always have a way out

26 – A R I A    I R A L

O café da manhã acontece mais tarde naquele dia. Haviam muitas pessoas de ressaca depois do aniversário de Taehyung, e isso incluía algumas selecionadas, como Yoon-soo e Helloyse. Eu passei a maior parte da festa pelos cantos, desejando veementemente sumir para longe de Jeong Gyu. Porém, minha amizade com Taehyung era mais forte que meu desejo egoísta, e eu permaneci ao seu lado depois de Katherine ir embora.

Dormir nunca havia sido difícil, exceto naquela noite. Era estranho pensar que eu novamente dividia o mesmo ar com aquele que eu amava. Aquele que costumava me amar. Eu não deveria ser tão tola, pelos céus... O que nós tínhamos havia passado. Já fazia um ano e dois meses.

Tentei me distrair com o smoothie de frutas vermelhas e chantilly, mas nem ele conseguia me alegrar. Saí discretamente da mesa e fui para os jardins, observando as outras da janela. Fiquei uma boa parte do tempo atônita, alheia a tudo ao meu redor. O rei conversava animadamente com Taehyung, e sua mãe dizia discretamente sobre eliminar mais três garotas. A Elite logo chegaria ao fim, e eu não sabia como iria ficar no fim de tudo isso.

Eu sabia que não iria vencer, é claro. Taehyung já estava inebriado demais com Katherine Petrova e, caso não a escolhesse, ainda tinha muitas opções melhores que eu. Yoon-soo provavelmente seria escolhida, senão Min Nari. Tae sabia da minha vontade. Tae sabia da minha prisão. E aprendeu a respeitar isso, pelo que fico grata.

Mas como meu pai reagiria a isso? Não sei responder. Ficaria decepcionado, com toda certeza. Ele sempre almejou o poder dos Calore e sempre fez de tudo para que eu me aproximasse de Taehyung, a fim de conquistá-lo. Entretanto, a aliança com Rosalie havia sido feita antes disso. Só que isso não parou meu pai. "Alianças rompem o tempo inteiro, pequena. Continue com o bom trabalho."

Eu continuei sendo amiga de Tae. Não porque queria sua coroa ou seu amor, mas porque ele era uma pessoa engraçada e divertida; alguém com quem é prazeroso estar perto. Em um ambiente sufocante como a Corte, ele era um grande ponto de paz. Rosalie concordava. Ah, céus... Rose o amava. Tanto. E eu passei a amá-lo também, mas não da maneira que meu pai queria, e sim como meu melhor amigo. Como um irmão.

Então Jeong Gyu apareceu.

E eu não pude evitar me apaixonar pelo Kim do meio.

Nosso relacionamento não era escondido. Meu pai sabia que eu o namorava e o Rei Jeong também. Nunca haviam comentado sobre isso, mas eu sabia que tinha o carinho da família real. Eu tinha esperanças de que poderia ficar com Jeongie no fim de tudo, porque, afinal, ele era só o príncipe do meio... não parecia certo condenar mais um filho a um casamento político. Ainda que Taehyung tivesse tido sorte com Rose, poderia não ter sido assim.

Só que a herdeira morreu no atentado, e tudo virou um caos. As relações com a França ficaram tão instáveis que bastava um passo em falso e o resultado seria guerra. Taehyung se isolou e se amargurou tanto que ninguém era capaz de se aproximar, nem mesmo eu e os Bangtan Boys, seus melhores amigos. O clima de luto no reino contaminou a todos, e passamos três longos anos imersos na incerteza.

Nesse meio tempo, a Nova Austrália resolveu se abrir para o resto dos continentes e propôs um casamento com um dos príncipes novasianos. O Rei Jeong deu a mão de Jeong Gyu, pois Taehyung nunca concordaria com algo do tipo. Ele tinha a sua coroa nas mãos, e não precisava de mais uma. Jeongie foi a oportunidade perfeita.

Então ele se foi.

E eu fiquei.

Sozinha.

— Está muito séria, Ari. Isso nunca foi do seu feitio.