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7 – K A T H E R I N E

A refeição terminou de maneira abrupta e desastrosa. O príncipe Taehyung, com a feição fechada e o desejo enrustido de querer espancar alguém, alegou que estava indisposto e simplesmente saiu do cômodo. Sua mãe e irmã o seguiram apressadamente, sem perderem o porte de dama, e o pai ficou para tentar remediar o pequeno acesso de fúria do filho.

Eu estava nervosa. Nervosa demais.

O primeiro encontro dentre as selecionadas seria comigo, e eu não entendia ao certo porque Taehyung havia me escolhido. De qualquer forma, eu queria poder entender. Mais do que isso, queria poder entendê-lo. E a melhor maneira de fazer isso no momento era perguntando a Da-Yeong o que tinha acontecido, afinal, eles estavam juntos quando o príncipe saiu.

— Idiota! – Ela diz, baixo o suficiente para que o rei não escute, mas para que nós, selecionadas, sim. – Ele é um idiota, um babaca egocêntrico!

— O que aconteceu, Lady Seo? – Helena Johnson, da Titanos, pergunta.

— E eu sei lá! Ele ficou irritado por algum motivo e suas chamas estavam se manifestando.

— Ah, por isso que o ambiente ficou quente do nada? – Safira questiona.

— Exatamente! Então, para evitar qualquer problema, eu o silenciei!

Um minuto de quietude perdurou, e nós nos entreolhamos, apreensivas. Não me parecia boa coisa.

— Você... silenciou o príncipe? – Pergunto com cautela.

— Bem, sim...

— Ele devia te expulsar agora mesmo. – A Gliacon venenosa pronuncia, com um sorriso presunçoso no rosto. – Isso é a mesma coisa que agressão, docinho.

— Não é não! – A baixinha vocifera, ficando frente a frente com a loira de um metro e setenta.

— É sim. – Sibila. – Só porque seus poderes não são ofensivos, não significa que não é uma forma de agressão. Você poderia tê-lo nocauteado, se quisesse. Isso é um atentado contra a saúde do herdeiro. – Ela diz a última frase mais alto, para que o rei pudesse ouvir. Ele desvia o olhar da conversa com um criado e olha para nós.

— Abaixe o tom, sua louca! – Yoon-soo da Provos tenta puxá-la, mas recebe um pequeno choque frio nas mãos.

— Não encoste em mim.

E subitamente, o clima descontraído do salão estava arruinado. Todas nós fomos dispensadas para fazer o que quiser pelo castelo, e cada uma seguiu para um canto. Eu estava receosa quanto a Da-Yeong, pois, querendo ou não, ela foi gentil comigo quando cheguei.

A maioria acabou indo para o Salão das Mulheres, um local que, como o próprio nome dizia, só permitia mulheres. Nos separamos em pequenos bolinhos, conversando e fazendo amizade – ou o mais próximo disso que a situação permitia.

Eu não queria ver nenhuma daquelas meninas ali como minhas inimigas, mas tudo parecia contribuir para o contrário.

— Seu vestido é maravilhoso. – Escuto alguém comentar e viro, deparando-me com ninguém menos que a princesa Eun Jin. Reverencio-me imediatamente. – Ah, não é necessário, querida.

Ela devia ter dezessete anos no máximo, e me repreendi por não saber quase nada sobre a princesa ou qualquer outro membro da Família Real. Apesar de ser mais nova que eu, tinha um porte maduro e calmo, como o da mãe. Aparentemente, Taehyung era o único impulsivo dentre todos.

— Muito obrigada, Alteza. Eu também adorei o seu.

— O seu nome é Katherine, certo? – Assinto. – Prazer em conhecê-la.

Queenstrial  -  [Kim Taehyung]Onde histórias criam vida. Descubra agora