Three years ago

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15 – T A E H Y U N G

— Ele está morto? – Uma voz fina e familiar buzina em meu ouvido. Contudo, ela soa estranha. Não consigo distinguir os sons muito bem e os burburinhos ao meu redor não parecem ser nada mais que um zumbido.

— Não sei, cara... acho que ele tá respirando.

Meus olhos doem, como se minhas pálpebras tivessem sido costuradas umas nas outras. Faço força para abri-los, mas as luzes são como borrões e também sou incapaz de formar imagens coesas. Já minha cabeça, – raios! – essa sim parece pesar chumbo e lateja constantemente, sem folgas.

— Será que o trono é do Jeong Gyu agora?

E essa frase é suficiente para que eu levante o tronco bruscamente e sinta minha vista escurecer pelo movimento súbito. Porra, tenho certeza que estou cego. Não sei nem onde estou ou com quem!

— Taehyung?

Depois de quinhentas piscadelas rápidas, consigo vislumbrar o rosto de Jimin em minha frente. Ao seu redor, os outros garotos envolvem meu corpo e me encaram confusos, preocupados até. Será que eu morri...?

— E-eu... o quê...? – Minha boca está seca demais para que eu fale, e não percebi que estava com uma sede desgraçada até Jungkook me entregar um copo d'água e eu finalizá-lo em meros segundos. Os mais velhos do grupo prendem a risada, com exceção de Yoongi, que adora destilar seu veneno.

— Você tá de ressaca, cara. – É o Min que me situa, debochado. – Conseguiu ficar pior que o Hoseok dessa vez.

— Ei!

Ressaca. Bebida. Whisky. Katherine... Da-Yeong... Melissa...

Merda.

— Caralho, meus pais vão me matar. – solto sem pensar, finalmente analisando o ambiente em que estou. Eu dormi no sofá do escritório de Jeong Gyu, onde eu havia bebido whisky depois de falar com Melissa, Katherine e Da-Yeong. A promessa de amizade com a Arven era a última coisa da qual eu me lembrava.

— Você lembra de tudo? – É Seokjin-hyung que pergunta.

— É...

— Você não transou com ninguém, transou? Taehyung, ninguém vai gostar de herdeiros bastardos por aí... – Diz Namjoon.

— Não! Não é nada disso. Não aconteceu nada, galera.

Eles não parecem convencidos, mas resolvem relevar.

— Fiquem tranquilos. Eu preciso resolver algumas coisas com os meus pais, tudo bem? Nos vemos mais tarde.

E eu levanto sem dizer mais nada, caminhando em direção ao meu quarto que fica no segundo andar, em uma ala separada para a realeza. Tento ao máximo passar despercebido dos criados fofoqueiros e rezo para que não esbarre em ninguém da família, porque ainda não posso encará-los se estiver cheirando à bafo matinal e álcool passado, usando essas roupas amassadas.

Eu passo pelos quartos das selecionadas e finalmente chego até o meu, onde tomo um banho demorado e coloco vestes apresentáveis. Esfrego a toalha em meus cabelos apenas para tirar um pouco da umidade e rumo em direção ao quarto dos meus pais.

A majestosa porta dourada e vermelha está entreaberta, e escuto burburinhos dos dois. São um raro casal de reis que dormem no mesmo quarto, porque normalmente isso não acontece. Eu me aproximo evitando fazer barulho.

E escuto.

— Eu recebi mais notícias do detetive que contratamos, Jeong. E minhas suspeitas estavam certas! – É minha mãe quem diz, parecendo estar aflita.

Queenstrial  -  [Kim Taehyung]Onde histórias criam vida. Descubra agora